Páginas

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Os grandes reinos do mundo

Os Grandes Reinos do Mundo

É uma experiência fantástica! Todos os presentes ficam em pé à medida que a melodia triunfante do “Coro de Aleluia” invade o auditório:
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Pois o Senhor onipotente reina...
O reino deste mundo
Se tornou o reino do Senhor e do Seu Cristo...
E Ele reinará para sempre...
Rei dos reis! E Grande Senhor!
Aleluia!
O clímax do Messias de Georg Friedrich Händel, extraído do último livro da Bíblia, descreve o evento mais significativo nas profecias: a revelação de Jesus Cristo. O apóstolo João escreveu as palavras, e elas ampliam uma profecia do Livro de Daniel, o qual apresenta o esboço da progressão da história humana, que culmina no mesmo glorioso evento.
No ano 605 a.C., Nabucodonosor invadiu Jerusalém. Tendo recebido a notícia que seu pai, Nabopolasar, havia morrido, ele voltou à Babilônia para assumir o trono, levando consigo utensílios saqueados do Templo e também um seleto grupo de jovens judeus cativos. Daniel estava entre eles. Esta foi a primeira deportação. A última terminou em 586 a.C., com a destruição de Jerusalém e do Templo que o rei Salomão havia construído.
Na Babilônia, Daniel serviu a Deus com toda a dedicação. Ele demonstrava uma sabedoria tamanha que conquistou um lugar de proeminência que durou o tempo do reinado de vários reis, prolongando-se além da época do Império Babilônico. Não nos surpreende que Deus tenha confiado a ele a sinopse da história do mundo, uma vez que ele era “muito amado por Deus” (Dn 9.23; Dn 10.11,19).
Logo depois de chegar à Babilônia, Daniel interpretou o sonho problemático de Nabucodonosor a respeito de uma grande imagem com a cabeça de ouro, peito e braços de prata, abdômen e coxas de bronze, pernas de ferro e pés de ferro e de barro (Dn 2.21-35). Enquanto o rei a observava, uma pedra esmagou os pés da imagem, fazendo aquele colosso se despedaçar no chão.
Daniel explicou que a cabeça de ouro representava a Babilônia. Depois se seguiram três impérios gentílicos sucessivamente inferiores, que finalmente foram transformados em pó e espalhados pelo vento.

Os Três Primeiros Animais

Aproximadamente 50 anos mais tarde, Daniel teve um sonho que se assemelhava ao sonho de Nabucodonosor. De dentro de um mar turbulento e agitado emergiram quatro animais correspondendo aos quatro reinos do sonho de Nabucodonosor. Os dois sonhos enfatizam os mesmos impérios mundiais. Vistos de uma perspectiva humana, escreveu o estudioso da Bíblia John Walvoord, parecem “gloriosos e impositivos”; mas, do ponto de vista divino, as características dominantes são “a imoralidade, a brutalidade e a depravação”.[1]

Leão

O primeiro animal era como um leão, tinha asas de águia, e é quase que universalmente reconhecido como a Babilônia (Dn 7.4; cf. Jr 49.19-22). Enquanto Daniel olhava, as asas foram arrancadas, limitando seu potencial para futuras conquistas (Dn 7.4).[2] Ele foi “levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem” (v.4). Muitos crêem que isso se refere ao tempo em que Deus julgou Nabucodonosor por seu orgulho, fazendo-o ficar como um animal durante sete anos. Ele emergiu com uma nova atitude diante de Deus (Dn 4.36).

Urso

Movendo-se com dificuldade pela praia atrás do leão com asas, estava uma criatura “semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um de seus lados; na boca, entre os dentes, trazia três costelas” (Dn 7.5). O urso lento e desajeitado com um apetite voraz representa acuradamente o Império Medo-Persa. Grande e poderoso, ele conquistava através da “força dos números, por meio de uma capacidade elástica de absorver as causalidades”.[3] O urso levantado sobre um de seus lados parece indicar a crescente dominação da Pérsia, que finalmente absorveu os medos.[4]
As costelas entre os dentes do urso representam três reinos que ele devorou; são provavelmente o reino da Lídia, que caiu sob o poder de Ciro em 546 a.C.; o Império Caldeu anexado em 539 a.C.; e o Império Egípcio dominado sob o poder de Cambises em 525 a.C.[5] Ao urso foi dito: “Levanta-te, devora muita carne” (Dn 7.5).
Em outra das visões de Daniel, o império é retratado como um carneiro com um chifre mais alto do que o outro, que “dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir” (Dn 8.4).

Leopardo

A próxima criatura que surgiu da arrebentação era “semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio” (Dn 7.6). A velocidade do leopardo, acelerada por quatro asas, caracterizava com precisão os exércitos da Grécia comandados por Alexandre o Grande, que conquistou o mundo em aproximadamente uma década. A história mostra que logo após sua morte, em 323 a.C., o Império Grego foi dividido em quatro partes, entre Antípater (que foi sucedido por Cassandro), Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.[6]
Na visão subseqüente, o Império Grego é representado por um bode com um grande chifre que é quebrado e substituído por quatro chifres notáveis (Dn 8.5,8,21). Depois, de um dos quatro chifres, surgiu um pequeno chifre, historicamente personificado por Antíoco IV, que governou a Síria de 175 a 164 a.C. (v.9). Buscando helenizar Israel, ele baniu o judaísmo, sacrificou um porco no altar do Templo, e erigiu uma estátua de Zeus nos átrios do templo. Essa estátua tinha a aparência do próprio Antíoco. O Templo foi mais tarde retomado e novamente dedicado a Deus, como Daniel profetizou (v.14).

A Besta Terrível

O último animal que emergiu do mar era “terrível, espantoso, e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; ... e tinha dez chifres” (Dn 7.7). Sem possuir nenhum equivalente no mundo animal, esse monstro simboliza “um poder mundial singularmente voraz, cruel e também vingativo”.[7]
Segundo Walvoord: “O Império Romano foi sem escrúpulos e implacável na destruição de civilizações e povos, matando cativos aos milhares ou vendendo-os como escravos às centenas de milhares”.[8]
Nada na história até hoje equivale à descrição: “Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino” (v.24). Como os artelhos no sonho de Nabucodonosor, os dez chifres indicam uma futura coalizão de governadores que existirão contemporaneamente.
Enquanto Daniel olhava, ele viu “que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência” (v.8). Não devendo ser confundido com o “pequeno chifre” associado ao Império Grego, o chifre de Daniel 7.8 emerge depois de haver deposto três governadores e representa o ditador mundial final (cf. Dn 7.24-25; Dn 11.36-45; 2 Ts 2.3-8; Ap 13.1-8).[9] Sob sua liderança, o Império Romano ressurge refletindo seu caráter enganoso, blasfemo e implacável.
Exigindo que o mundo o adore e destruindo todos os que se recusam a se sujeitar, esse líder mundial final é o Anticristo. Ele concentrará sua hostilidade contra o povo judeu, resultando em “grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21).
Uma moeda de bronze, cunhada após a destruição de Jerusalém ocorrida em 70 d.C. Na frente/cara vê-se um retrato do imperador romano Vespasiano; no verso/coroa, vê-se a inscrição latina “Judea Capta”, que significa “A Judéia está vencida”.
Alarmado, Daniel ficou olhando até que viu “que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito e entregue para ser queimado” (Dn 7.11), fazendo um paralelo com a revelação do apóstolo João na qual “a besta foi aprisionada (...) [e ela, juntamente com o falso profeta,] foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre” (Ap 19.20).
O Anticristo será o primeiro habitante do Lago de Fogo, e sua destruição põe fim à dominação gentílica do mundo.
O Messias, representado pela pedra que “foi cortada sem auxílio de mãos” no sonho de Nabucodonosor, então estabelecerá Seu reino, como descrito por Daniel: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Dn 7.13-14).
Naquele momento, “o reino do mundo [se tornará] de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15). Aleluia! (Charles E. McCracken - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)

Notas:

  1. John Walvoord, Daniel: The Key to Prophetic Revelation [A Chave Para a Revelação Profética] (Chicago: Moody Press, 1971), 151.
  2. Albert Barnes, Notes on the Old Testament [Notas Sobre o Antigo Testamento], “Daniel” (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1980), 47.
  3. Will Durant, Our Oriental Heritage [Nossa Herança Oriental] (New York: Simon and Shuster, 1954), 360.
  4. Walvoord, 156.
  5. Frank E. Gabelein, Ed., Expositors Bible Commentary [Comentário Bíblico de Expositores] (Grand Rapids: Zondervan, 1985), 7:86.
  6. Ibid.
  7. H. C. Leupold, citado em Walvoord, 161.
  8. Ibid.
  9. H. A. Ironside, Lectures on Daniel the Prophet [Palestras Sobre Daniel o Profeta] (Neptune, NJ: Loizeaux Brothers, 1982), 133.
Charles E. McCracken é diretor de The Friends of Israel para o Canadá, em Brampton, Ontário.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Fevereiro de 2011.

Revista mensal que trata de vida cristã, defesa da fé, profecias, acontecimentos mundiais e muito mais. Veja como a Bíblia descreveu no passado o mundo em que vivemos hoje, e o de amanhã também. Assine aqui »
Fonte: Chamada da Meia Noite

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Entendendo o livro de Oséias

Versículo por versículo


Oséias escreveu no oitavo século a.C. (segundo as datas dos reinados dos reis mencionados em 1:1), durante a mesma época do trabalho de Amós (Amós 1:1), Isaías (Isaías 1:1) e Miquéias (Miquéias 1:1). Ele fala sobre o povo que se achava bom e próspero, mas estavá se apodrecendo por causa da idolatria, a imoralidade e a injustiça. Destes quatro, Amós e Oséias profetizaram principalmente para Israel, e Isaías e Miquéias pregaram mais para Judá.
Oséias viveu nos últimos dias do reino de Israel. Devido a séculos de pecado, o povo estava chegando ao fim. A infidelidade espiritual do povo é comparada ao pecado de adultério. Para conhecer mais esse período da história, leia 2 Reis 14-17 e 2 Crônicas 26-29.
O livro de Oséias, talvez mais do que qualquer outro livro do Velho Testamento, expõe o coração de Deus. Oséias vive no próprio casamento o que Deus estava passando em relação a Israel. Os primeiros três capítulos descrevem a vida de Oséias. Ele se casa, mas a mulher dele se torna adúltera. Ele sofre com a infidelidade dela, mas ainda mostra a misericórdia para tomá-la de volta. Assim Deus viu a sua noiva, o povo de Israel, se envolvendo com "outros deuses", ou seja, cometendo adultério espiritual. Mesmo depois de tudo que Israel havia feito, Deus teria graça e misericórdia para reconciliar com esta esposa adúltera e estabelecer uma nova aliança com ela.
Nos próximos estudos, vamos examinar o texto deste livro impressionante.

1:1
O nome "Oséias" quer dizer "salvação". Como freqüentemente acontece nos livros dos profetas, o nome do autor combina perfeitamente com a sua mensagem. Oséias condena os pecados do povo, mas apresenta uma mensagem de esperança e perdão.
Pelos nomes dos reis citados, podemos definir a data do livro de Oséias no oitavo século a.C., na última geração antes da destruição de Samaria e o cativeiro do povo de Israel (o reino do norte).
1:2-3
O casamento de Oséias com Gômer representa a relação de Deus com Israel.
**Obs.: "toma uma mulher de prostituições" provavelmente sugere que ela veio de um ambiente de imoralidade, e teria a tendência de se tornar adúltera. Não faz sentido sugerir que Deus mandou que Oséias se casasse com uma prostituta, por vários motivos: (1) Deus sempre incentiva a pureza no casamento; (2) O caso de Gômer é paralelo ao de Israel, que se tornou adúltera depois de "casar"; (3) O relato comenta sobre filhos que nasceram depois do casamento, mesmo de adultério, mas não fala de nenhum filho nascido antes do casamento dela com Oséias.
1:3-5
Gômer teve o primeiro filho.
**Obs.: "e lhe deu um filho" (1:3) mostra que este primeiro filho era do próprio Oséias.
Deus lhe deu o nome de Jezreel, que significa "Deus espalha" ou "Deus semeia". O nome sugere os planos de Deus para Israel: (1) Espalhar o povo no cativeiro, (2) Semear para ele um povo purificado.
Jezreel foi a cidade onde moraram alguns dos reis de Israel, e onde Jeú acabou com a casa de Acabe. Deus prometeu trazer castigo sobre a casa de Jeú e fazer cessar o reino e o arco (poder militar) de Israel.
**Obs.: Deus usou Jeú para destruir a casa de Acabe e lhe entregou o reino. Mas, Jeú não se dedicou ao Senhor. Ele imitou os pecados de Jeroboão, filho de Nebate (2 Reis 10:31). Jeroboão II, o rei de Israel quando Oséias escreveu, foi o penúltimo rei da linha de Jeú. Depois da morte dele, Zacarias, seu filho, reinou por seis meses e foi assassinado, terminando o domínio da dinastia de Jeú (2 Reis 15:8-10).
**Obs.: O Vale de Jezreel ou Megido foi o lugar de algumas batalhas decisivas (Juízes 4-7; 2 Reis 23:28-30).
1:6-7
Gômer concebeu outra vez e teve uma filha. O nome dela (Lo-Ruama-NVI) é traduzido em algumas Bíblias (RA2) como Desfavorecida. Significa "não amada".
**Obs.: Tudo indica que Oséias não foi o pai desta filha de Gômer. Considere: (1) Em contraste com o primeiro ("e lhe deu" - 1:3), aqui diz simplesmente que "deu à luz" (1:6); (2) O nome dela sugere a rejeição pelo marido de Gômer.
Deus explicou o significado profético do nome Lo-Ruama. Ele não mostraria mais favor (graça, misericórdia) à casa de Israel, mas ainda teria compaixão para com Judá. Este seria salvo, não pela força militar, mas pelo poder de Deus (veja o que aconteceu em Isaías 37:36-38).
1:8-9
O terceiro filho de Gômer, outro menino, recebeu o nome de Lo-Ami (NVI) que quer dizer "Não-Meu-Povo" (RA2).
**Obs.: De novo, tudo indica que Oséias não foi o pai desta criança.
O nome simbolizava a rejeição de Israel por Deus.
1:10 - 2:1
A rejeição do povo seria temporária. Observe nestes versículos:
(1) Embora Deus fizesse "cessar o reino da casa de Israel" (1:4), ele não destruiria todas as pessoas (1:10). Ele não tinha esquecido da promessa de abençoar todas as famílias da terra por meio do descendente de Abraão (Gênesis 12:3).
(2) Deus mudaria a sorte do povo: De "Não-Meu-Povo" para "Filhos do Deus Vivo"; De Desfavorecida para Favor.
(3) Israel e Judá se uniriam sob uma só cabeça.
**Obs.: 1 Pedro 2:10 cita esta mudança de nomes para mostrar as bênçãos espirituais recebidas pelo povo espiritual da Nova Aliança. Os cristãos são os filhos do Deus Vivo, favorecidos por ele. Jesus é o único cabeça deste povo (Efésios 1:22-23).

**Obs.: Neste trecho, Deus está falando sobre Israel como sua mulher adúltera (veja 2:16).
2:2-8
Deus tem motivo inegável para repudiar Israel: As prostituições e adultérios dela.
Ele, porém, gostaria de poupá-la. Para fazer isso, teria que ver o arrependimento dela.
**Obs.: Embora o livro de Oséias não seja um livro de regras de como lidar com o adultério, podemos observar algumas coisas importantes que ajudam em saber como tratar adúlteros. Aqui já observamos o primeiro ponto: o perdão (por parte do marido) do adultério da mulher dependia do seu arrependimento. Deus sempre está disposto a perdoar, mas a falta de arrependimento do pecador impede a comunhão (veja Isaías 59:1-2).
Se Israel não se arrepender, Deus a deixaria sofrer as conseqüências do pecado. Ela se tornaria em terra seca e os filhos sofreriam.
Quando Israel foi atrás de amantes (ídolos), ela achou que eles fossem a fonte das suas necessidades.
**Obs.: O Diabo e seus servos (sejam religiões falsas, tentações carnais, etc.) oferecem coisas atraentes para nos enganar. Muitas pessoas acham que os benefícios do erro justificam os riscos. Pode haver alguns benefícios-prazeres, lucros, amizades, etc.- mas o preço final é sempre mais alto do que o valor dos benefícios. "Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?" (Jeremias 5:31).
Deus, como marido, impediu o acesso de Israel aos seus amantes, dando-lhe motivo para voltar e buscar o marido.
**Obs.: Felizes são os pecadores que enxergam a realidade e deixam o pecado para voltar ao Senhor!
De fato, não foram os amantes e sim o próprio Senhor que sustentava Israel. Ela tomou as coisas que Deus lhe deu e as usou para servir Baal (um falso deus).
**Obs.: Ezequiel 16 apresenta uma versão mais ampla desta mesma história, só que a esposa em Ezequiel é Judá e não Samaria.
2:9-13
Quando Israel insistiu em praticar a prostituição espiritual, Deus decidiu castigá-la. O castigo incluiu vários aspectos:
-Ele retinha as necessidades que sempre lhe havia dado (9).
-Ele deixou Israel exposta diante dos amantes, onde os outros perceberam a pobreza e nudez dela (10).
-Ele tirou o gozo que ainda restava na vida dela (11). As coisas citadas neste versículo se referem ao gozo da comunhão com Deus (Festas, sábados e solenidades). Deus lhe negou a comunhão devido à infidelidade do povo.
-Ele destruiu as coisas que ela recebeu, supostamente, dos amantes (12).
-Ele deixou o povo sofrer durante um determinado tempo, conforme o tempo em que andava na idolatria (13).
**Obs.: As conseqüências do pecado são, freqüentemente, os resultados naturais do próprio erro. Deus simplesmente parou de proteger e cuidar do povo, e Israel sofreu nas mãos dos próprios amantes. O mundo ensina algumas lições duras quando uma pessoa se entrega ao pecado (veja a parábola do filho pródigo, Lucas 15:11-32).
**Obs.: Mais uma aplicação em relação aos adúlteros. A vítima (a pessoa ofendida pela traição do companheiro) não deve proteger o pecador, ainda não arrependido, das conseqüências do crime cometido. Deus amava a Israel, mas ele a deixou sofrer para chegar ao remorso necessário para a reconciliação. A pessoa que comete adultério normalmente se encontra depois desamparada e pode até passar por privações. Tais conseqüências do erro podem ser exatamente o que precisa para refletir e chegar ao arrependimento.
2:14-23
Depois do período de sofrimento, Israel é atraída de novo pelo próprio marido. A figura aqui é de um namoro e reconciliação.
Deus atraiu a sua mulher infiel e a levou para o deserto para falar ao coração. Deus age para possibilitar a volta dela, mas somente num lugar longe dos amantes.
Ele a trata bem, como nos dias do namoro com a jovem.
**Obs.: O vale de Acor se torna em porta de esperança (15). Acor quer dizer desastre ou desgraça. Foi o lugar onde Acã morreu depois do seu pecado na conquista de Canaã (Josué 7:24-26). Por meio da desgraça do cativeiro na Assíria (veja 11:5), o povo encontraria a esperança da nova vida. Os momentos difíceis em nossas vidas, até as correções que Deus nos dá como filhos, servem como portas de esperança (veja Hebreus 12:4-13).
Ela chamaria Deus de "meu marido", não de "meu Baal" ou "meu senhor" (16-17).
**Obs.: A palavra "baal" significa "senhor" ou "mestre". Chamando Deus por este nome, no contexto da idolatria do povo, estaria deixando-o no mesmo nível com estes falsos deuses. O ponto não é de falta de respeito, pois ele é realmente o único Senhor. É questão de restabelecer a intimidade de marido e mulher, nem falando mais dos amantes.
**Obs.: Mais uma lição que ajuda na reconciliação depois do adultério. A adúltera deve cortar todo contato com o seu amante. Para mostrar o arrependimento, o próprio marido deve ser o único homem na vida dela.
Deus daria de volta a terra perdida, e deixaria o povo habitar em segurança (18).
Ele faria uma aliança de casamento para sempre com a sua mulher arrependida (19-20).
**Obs.: O amor de Deus. Depois de tudo que Israel fez, repetidas vezes traindo o marido bondoso que tanto a amava, ele se dispôs a tomá-la de volta e entrar numa nova aliança de casamento. Que amor!
Ele seria um Deus bondoso, e ela um povo fiel e abençoado (21-23).

Este pequeno capítulo completa a figura da vida familiar de Oséias.
Deus mandou que Oséias tomasse de volta a sua esposa adúltera (1).
**Obs.: Mesmo depois do pecado de adultério, perdão e reconciliação são possíveis!
Oséias obedeceu, comprando de volta a sua mulher (2).
**Obs.: É calculado que o valor pago aqui equivale o valor de uma escrava (veja Êxodo 21:32).
Oséias e Gômer não voltaram imediatamente a ter relações conjugais. Ele esperou para ver se ela realmente ficaria longe dos amantes (3).
**Obs.: Leva tempo reconstruir a confiança no casamento depois da traição. É razoável a pessoa traída pedir algum tempo antes de voltar às relações normais.
Na aplicação à nação, Deus deixaria o povo muito tempo sem liderança e sem as coisas necessárias para adorá-lo corretamente. Ao mesmo tempo, ficariam sem os ídolos (4).
No final, Israel seria completamente reconciliada com Deus e com Davi, seu rei (5).
**Obs.: Este versículo se refere à restauração espiritual do povo na Nova Aliança. Davi simboliza Jesus. Os últimos dias se referem à época do Novo Testamento. Por meio de Jesus, Israel espiritual se aproxima do Senhor (Gálatas 3:26-29), depois de um período em que o povo estava em casa mas não em plena comunhão com Deus. Assim o profeta indica um tempo entre a volta do cativeiro e a vinda de Davi (Jesus) para fazer paz entre o povo e Deus.

No capítulo 4, a mensagem deixa a família de Oséias (embora continue como pano de fundo da mensagem do resto do livro), e Deus volta a falar sobre sua relação com o povo de Israel.
4:1-3
A contenda de Deus com o povo de Israel. Deus levanta acusações contra Israel.
Falta: verdade, amor e conhecimento de Deus (1).
Prevalecem: perjúrios, mentiras, matanças, furtos, adultérios, arrombamentos e homicídios (2).
**Obs.: A contenda de Deus com o povo destaca o fato que há aspectos negativos e positivos na obediência. Ser servo de Deus não é somente abster-se da prática do mal; é cultivar a prática do bem. É fácil definir o cristão pelas coisas que não faz (talvez uma lista parecida com a do versículo 2 aqui), mas devemos ser pessoas habilitadas "para toda boa obra" (veja 2 Timóteo 3:16-17; Tiago 4:17).
A conseqüência dos erros de Israel: a terra e tudo que nela está sofre (3).
4:4-10
Deus contendeu com o povo porque outros não o fizeram. Seria o papel de sacerdotes, profetas e reis repreender e corrigir o povo, condenando a sua maldade. Mas, ao invés de condenar, eles participavam dos mesmos erros, até conduzindo o povo à iniquidade.
A acusação fundamental do livro de Oséias se encontra no versículo 6: "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento".
**Obs.: Deus claramente culpou os sacerdotes por não ter guiado o povo no caminho dele. Hoje, muitos líderes religiosos não mostram um compromisso sério e absoluto com a palavra de Deus. Torcem a mensagem e aceitam práticas, tradições e doutrinas erradas para manter suas posições nas denominações. Tais pessoas receberão a condenação de Deus. Por outro lado, muitos adeptos das mesmas igrejas se contentam em ser "boas ovelhas", seguindo a liderança de outros sem questionar. Apaziguam a consciência com a idéia que os pastores são os responsáveis; não cabe aos seguidores decidir o que fazer. Que engano perigoso! Neste texto, os líderes erraram, mas o povo estava sendo destruído! Jesus disse: "Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco" (Mateus 15:14).
Pessoas abençoadas pecam (7-10). Os sacerdotes foram abençoados por Deus com honra e muitos filhos, mas pecaram cada vez mais contra o Senhor. Como conseqüência de seus pecados, seriam castigados com o povo.
O erro atrás de todos os pecados destes sacerdotes: "ao Senhor deixaram de adorar" (10). Quando se entregaram à satisfação dos desejos carnais, deixaram de servir ao Senhor.
4:11-14
"A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento" (11). Mosto, aqui, provavelmente se refere ao suco de uva que já tinha começado o processo de fermentação, assim tendo condições de prejudicar o raciocínio.
A sensualidade e bebidas alcoólicas, por si só, já têm efeitos negativos nos pensamentos da pessoa. Pior ainda, são coisas ligadas à idolatria, induzindo a pessoa a abandonar o verdadeiro Deus (12). A descrença é uma forma de loucura ou insensatez (Salmos 14:1; 53:1; 10:4).
Deus comparou a idolatria à prostituição. É adultério espiritual (13).
Deus não castigaria as mulheres que praticavam esses pecados, pois os próprios pais e maridos participavam dos mesmos (14).
4:15-19
Neste parágrafo, o profeta deixa de falar com o povo de Israel e se dirige ao povo de Judá, o reino do sul, que continuava ainda mais fiel ao Senhor.
A advertência ao povo de Judá: Não se envolva nos pecados de Israel (15).
A lição dos erros dos outros: Israel perdeu o favor e a proteção do Senhor por causa do pecado (16).
A instrução: Deixe Israel com seus ídolos; fique longe dele (17).
O exagero do pecado de Israel: Até os príncipes se entregaram à loucura do pecado (18; veja Provérbios 16:12).
O resultado: Os pecados do povo, dos líderes religiosos e dos príncipes trariam o vento da ira de Deus sobre a nação (19; veja Isaías 29:6; 57:13; Jeremias 23:19; 30:23).
**Obs.: Efraim, a tribo donde veio Jeroboão I, representa o povo de Israel, o reino do norte (17).

Este capítulo continua o tema do capítulo 4, mas enfatiza mais o castigo que viria como resultado do pecado do povo e de seus líderes.
5:1-4
Deus reprova os sacerdotes, o povo, e os nobres. Estes tinham apanhado suas vítimas como se fosse numa rede ou laço usado para pegar pássaros (1).
Os crimes foram excessivos, e o castigo seria adequado aos crimes (2).
Efraim/Israel se contaminou com pecado, e não se escondeu de Deus (3).
O proceder do povo impediu seu arrependimento por dois motivos (4):
(1) O espírito de prostituição os dominava, dificultando qualquer tentativa de voltar. A pessoa que se entrega ao pecado enfrenta uma barreira dentro de si para voltar ao Senhor. Vicia-se no pecado, enganando-se com a idéia que pode facilmente sair a qualquer hora. O próprio pecado e o prazer dele prendem o pecador.
(2) Falta de conhecimento de Deus. O pecador, freqüentemente, se sente incapaz de se livrar do erro e não entende como Deus pode ajudar. Ele dá o apóio necessário para levantar o pecador de sua injustiça, e oferece o perdão necessário para limpar a consciência pesada. Mas, a pessoa dominada pelo pecado não cogita das coisas de Deus, e assim não enxerga a saída que ele oferece.
5:5-7
Como conseqüência do pecado, Israel (Efraim) cairia. Judá, também, seria castigado (5).
**Obs.: A soberba de Israel. Alguns comentaristas identificam a soberba de Israel com a glória de Jacó (Amós 8:7): Jeová. Outros acreditam que a arrogância e orgulho do povo seja a soberba aqui citada.
O povo buscaria o Senhor em vão, porque ele já se retirou deles (6). Compare com Ezequiel 8-10.
Como Gômer tinha concebido filhos de outros homens, Israel teve filhos que não eram do Senhor (7).
**Obs.: A Lua Nova se refere, provavelmente, a uma festa idólatra. Ao invés de trazer bênçãos, proteção e segurança para o povo, a sua idolatria traria castigo.
5:8-14
Deus castigaria tanto a Israel como a Judá. Este trecho trata os dois países de maneira igual, mostrando que a ira de Deus não seria dirigida apenas ao reino do Norte.
Gibeá e Ramá ficam perto da fronteira entre Israel e Judá. Bete-Áven (Casa de vaidade) é uma alteração de Betel (casa de Deus). Tocar as trombetas de alarme nestes lugares sugere, provavelmente, que os assírios já tinham passado pelo meio de Israel e estavam chegando perto de Judá. É uma profecia de como o castigo contra Israel seria, também, uma ameaça contra Judá.
Deus acusou os príncipes de Judá de mudar os marcos; por isso, seriam castigados (10).
**Obs: O pecado de Judá sugere uma aplicação espiritual nos dias de hoje. É Deus quem colocou os marcos definindo a separação entre o certo e o errado. Ele definiu limites. Homens não têm direito de mudar os marcos de Deus (veja 1 Coríntios 4:6; Colossenses 3:17 e 2 João 9).
Não teria livramento do castigo de Deus (11-14). Israel tentou fazer acordo com a Assíria, mas não adiantou. Ninguém é capaz de resistir a sentença de Deus.

5:15 - 6:6
**Obs.: O sentido mais provável deste texto liga 5:15 com os primeiros versículos do capítulo 6 com a palavra "dizendo" (acrescentada pelos tradutores para completar a frase).
Deus aguarda o arrependimento do povo.
O povo não demora em buscá-lo, mas não mostra uma mudança de coração profunda. Ao invés de pensar principalmente em como feriram o Senhor com seus pecados abomináveis, eles querem uma saída do seu sofrimento.
**Obs.: Livramento do sofrimento é um motivo válido para empurrar o pecador ao arrependimento. Deus usa o sofrimento para disciplinar e castigar, e convida o pecador a voltar para ele para se livrar dessas conseqüências (considere o exemplo do filho pródigo, Lucas 15:11-32). Mas, o remorso precisa levar o ofensor ao reconhecimento do pecado como afronta pessoal contra Deus (veja 2 Coríntios 7:9-10).
O povo de Israel e de Judá voltaria ao Senhor para receber benefícios imediatos. A atitude deles é descrita em 6:1-3: Deus nos castigou e nos curará. Voltando para ele hoje, ele já restaurará as bênçãos em dois ou três dias.
Deus reconheceu a insinceridade desse "arrependimento" e comparou o amor do povo com a nuvem da manhã ou o orvalho da madrugada. Dura pouco tempo. É por essa razão que ele enviou profetas e castigos.
Deus queria misericórdia e conhecimento, não sacrifícios e holocaustos.
**Obs.: Sacrifícios e holocaustos serviam para aplacar a ira de Deus quando o povo pecava. Mas, a misericórdia não é pecado, e o conhecimento serve para evitar a iniqüidade e suas conseqüências (veja 4:6; 1 Samuel 15:22). Podemos entender esta atitude de Deus fazendo uma simples comparação com pais e filhos. Quando um filho desobedece e volta aos pais para pedir desculpas, os pais perdoam. Mas, todos os pais preferem que os filhos obedeçam para não ter a necessidade de pedir perdão.
6:7-11
Eles pecam como Adão, e sofrerão conseqüências como Adão. Este foi expulso da presença de Deus quando pecou.
Gileade (região ao leste do rio Jordão) é condenada por injustiça.
Os sacerdotes são condenados por sua crueldade como se fossem assaltantes.
**Obs.: Siquém, antigamente, era lugar de louvor ao Senhor (veja Gênesis 33:18-20). Foi no mesmo lugar que Josué renovou a aliança do povo com Deus (Josué 24:1,25). Aqui, os sacerdotes vão para um lugar que deve representar a glória de Deus e o compromisso com ele, mas agem com criminosos no caminho. É abominação ao Senhor.
Israel e Judá foram contaminados com a prostituição.
**Obs.: Qual a nossa atitude sobre louvor ao Senhor? Podemos, facilmente, imitar os erros dos israelitas. Quando desrespeitamos o Senhor no dia-a-dia, que sentido tem participar superficialmente em alguns atos de louvor? Deus quer obediência, e não só louvor exterior.

**Obs.: Nos capítulos 7 e 8, Oséias prega contra os líderes corruptos de Israel.
7:1-7
Deus estava disposto a curar o povo de Israel, mas a corrupção do povo, e especialmente dos líderes, impediu a salvação (1; veja Isaías 59:1-2).
Mesmo se o povo se enganasse, imaginando que Deus não perceberia a sua maldade, nenhuma das iniqüidades do povo foi encoberta (2).
Os líderes políticos apoiaram e se alegraram com os pecados do povo (3).
Nesse clima de anarquia, nem os próprios líderes que participaram dos pecados do povo ficaram isentos da violência. O povo consumia os juízes e os reis caíam (4-7).
**Obs.: Quatro dos últimos seis reis de Israel foram assassinados (veja 2 Reis 15).
7:8-16
Israel não percebia seu estado espiritual péssimo. Misturava-se com os povos (gentios, pagãos) e não percebia que era "um pão que não foi virado". Ele estava se envelhecendo, com a cabeça cheia de cabelos brancos, e não sabia que seu fim se aproximava (8-9).
**Obs.: Um pão (ou bolo) assado sobre o fogo e não virado não serve para nada. Queima-se num lado enquanto o outro lado nem assa completamente.
A soberba de Israel o acusava (veja 5:5), mas o povo não voltava para Deus (10).
Efraim agia como uma pomba desnorteada, vacilando entre o Egito e a Assíria, sem reconhecer que o único salvador é o próprio Deus. Por esse motivo, ele se tornou vingador e não salvador (11-13).
Ao invés de se arrepender de coração, o povo só reclamava pelos bens materiais perdidos, e continuou na rebeldia contra Deus (14-15).
A volta do povo foi insincera e incompleta; o resultado seria o castigo, até dos príncipes. O Egito, ao invés de ajudar o povo de Israel, zombaria deles no dia do castigo (16).

8:1-6
A trombeta soa o alarme! O castigo divino vem sobre o povo por causa da sua rebeldia (1; veja Ezequiel 33:1-3).
No mesmo espírito de arrependimento insincero (veja 5:15 - 6:4), o povo apela a Deus como um amigo esperando a proteção (2).
Mas Deus não seria enganado. Israel merecia o castigo (3-6). Entre os pecados deles:
(1) Rejeitar o bem
(2) Estabelecer seus próprios reis e príncipes, não os de Deus
(3) Fazer ídolos
(4) Mostrar-se incapazes da inocência/pureza
**O bezerro de Samaria refere-se ao bezerro de ouro erigido por Jeroboão I, o símbolo da idolatria do reino do Norte (veja 1 Reis 12:25-33). Nenhum ídolo, sendo meramente obra de artífice, pode se comparar a Deus (6; veja Isaías 44:1-20).
**Obs.: Incapazes da inocência (5). Este povo, depois de séculos de rebeldia, ficou cauterizado e endurecido no pecado. Perderam a inocência da juventude e se mostraram resistentes à verdade. É extremamente difícil desenvolver de novo a pureza que deve caracterizar o servo do Senhor. Ezequiel desafiou o povo com a mesma idéia, dizendo que precisavam criar dentro de si um coração novo (Ezequiel 18:31). Tal transformação é possível somente pelo poder de Deus (Ezequiel 36:26; Salmo 51:10).
8:7-14
"Semeiam ventos e segarão tormentas" (7). É bem estabelecido e conhecido o princípio de Deus que o homem ceifará o que semeia (Gálatas 6:7). Aqui, Deus mostra que o pecado do povo traria uma conseqüência maior do que imaginavam.
Israel "está entre as nações como coisa de que ninguém se agrada" (8-9). Deus usa, de novo, a figura de uma esposa adúltera (compare com 2:2-13; Ezequiel 16). Ela se torna tão feia e mal-tratada, devido aos anos de prostituição, que ninguém mais a quer. Até paga os amantes ("mercou amores").
**Obs.: Os amantes de Israel foram os falsos deuses e as nações com as quais tentaram fazer alianças para proteção. Como mulher adúltera, ela pagaria tributo, mas ninguém conseguiria protegê-la (8-10).
Efraim pecou contra Deus, multiplicando altares (11).
**Obs.: No Velho Testamento, Deus autorizou um lugar para manter o altar dele e fazer sacrifícios (Deuteronômio 12:1-14). Eles multiplicaram altares, voltando à idolatria que os antigos habitantes da terra praticavam. Se Deus expulsou aquelas nações por tal prática, claramente expulsaria Israel da terra.
A atitude do povo em relação aos mandamentos de Deus (12-14):
(1) Não deram a mínima importância às leis de Deus.
(2) Fizeram sacrifícios, não para agradar a Deus, mas porque gostavam da carne.
(3) Esqueceram de Deus e confiaram nas obras do homem.
A atitude de Deus em relação ao povo pecaminoso (13-14).
(1) Não aceita os sacrifícios egoístas deles.
(2) Lembra-se das iniqüidades deles.
(3) Castiga o pecado.
(4) Manda o povo para o Egito (representando o cativeiro na Assíria - veja 11:5).
(5) Envia fogo contra as cidades e palácios de Israel.
**Obs. Adoração egoísta? Parece impossível? O povo de Israel fazia sacrifícios porque eles gostavam da carne, não para agradar a Deus. Quantas pessoas hoje "adoram" a Deus porque elas gostam da música e de outros aspectos do "louvor"? Será que a nossa adoração pode tornar-se egoísta?

Oséias 9

9:1-9
Parece que o povo sentiu alguma segurança, até motivo de alegria, mas Deus avisou que a prosperidade não continuaria (1-3).
**Obs. Houve ocasiões em que o povo gozou de paz, mas este fato não tirou a ameaça de castigo que Deus preparou (veja, por exemplo, 2 Reis 15:19-20).
Deus rejeitaria os sacrifícios e ofertas deles (4-5). Perderam a comunhão com ele.
**Obs.: O pão de pranteadores (4) não podia entrar no santuário de Deus por ser imundo por causa da morte.
O povo foge da destruição, mas enfrenta sofrimento e morte no seu refúgio (6).
Israel chegou ao limite da iniqüidade e seria castigado, mas trataram o profeta como louco e rejeitaram as suas advertências (7).
Eles se colocaram em oposição contra Deus, chegando a se corromperem como nos dias das atrocidades de Gibeá. Deus traria o castigo merecido pelo povo rebelde (8-9).
**Obs.: Gibeá foi a cidade de Benjamim onde a concubina do levita foi abusada e morta, e onde Deus julgou tanto a nação como a tribo. Este caso representa o pior da anarquia do período dos juízes (Juízes 19-21).
9:10-17
Israel começou bem. Como uvas no deserto ou as primícias da figueira, foram motivo de alegria para Deus. Mas eles se corromperam com a idolatria (10).
A fertilidade do povo se tornaria em esterilidade. O sofrimento veio porque o povo se apartou de Deus (11-17).
**Obs. A palavra Efraim significa "fruto dobrado". Devido ao pecado, Efraim teria esterilidade dobrada.
**Obs.: Gilgal era lugar de eventos importantes e bênçãos de Deus sobre o povo:
(1) Josué erigiu a coluna de doze pedras quando o povo entrou na terra prometida (Josué 4:20-24; veja Miquéias 6:5).
(2) Deus tirou o "opróbrio do Egito" na circuncisão dos homens que entraram na terra (Josué 5:7-9).
(3) Celebraram a primeira Páscoa na terra prometida (Josué 5:10).
(4) Comeram, pela primeira vez, do fruto da terra (Josué 5:11-12).
(5) O Senhor apareceu a Josué e prometeu a vitória sobre Jericó (Josué 5:13 - 6:5).
(6) O reino foi renovado e Saul proclamado rei (1 Samuel 11:14-15).
(7) O povo recebeu Davi quando ele voltou a reinar em Jerusalém (2 Samuel 19:15).
(8) Elias partiu de Gilgal na sua jornada final para os céus (2 Reis 2:1).
Infelizmente, o mesmo lugar passou a ser identificado com pecado e rebelião:
(1) Saul fez o sacrifício não-autorizado em Gilgal (1 Samuel 13:8-14).
(2) Deus rejeitou os sacrifícios do povo rebelde (Amós 4:4; 5:5).
(3) Deus chegou a aborrecer o povo em Gilgal, devido às maldades dos rebeldes (Oséias 9:15).
Deus rejeitou o povo, porque não o ouviram. Agora ficariam um bom tempo sem a possibilidade de ouvir a voz dele. Andaram errantes dentro da terra de Israel, agora andariam errantes entre as nações, ou seja, no cativeiro (17).

Oséias 10

10:1-4
A prosperidade de Israel deveria ter incentivado o povo a se aproximar mais de Deus em gratidão. Mas eles fizeram o oposto. Quanto mais foram abençoados por Deus, quanto mais correram atrás dos ídolos (1).
**Obs.: Uma das ironias que observamos na História é esta tendência de pessoas prósperas não confiarem em Deus. Ele abençoa, mas a pessoa usa a prosperidade para seus próprios prazeres e não glorifica a fonte de todas as boas dádivas (Mateus 19:23-24).
Deus quebraria os ídolos do povo insincero (2).
O povo desobediente ficaria desamparado, passando por um período sem rei (3-4; veja 3:4-5).
10:5-8
O povo lamentaria a perda do seu ídolo bem conhecido: o bezerro de Bete-Áven (Casa de vaidade, o nome usado para se referir a Betel, que significa Casa de Deus).
O bezerro seria levado à Assíria (6). Que impotência! Um "deus" levado ao cativeiro. Enquanto o Deus verdadeiro vem sobre o povo para castigar a desobediência, o falso deus deles é levado por meros homens.
**Obs.: O Deus verdadeiro, também, foi levado pelos inimigos. Considere dois exemplos: (1) A arca da aliança, que representava a presença de Deus entre o povo, foi tomada pelos filisteus. Eles não agüentaram as pragas resultantes, e enviaram a arca de volta para Israel (1 Samuel5:1 - 7:1). (2) Jesus foi levado como cordeiro ao matadouro (Isaías 53:7), mas ele voluntariamente entregou a sua vida (João 10:17-18) e a tomou de volta (Lucas 24:6).
Não somente o ídolo, mas também o rei de Israel seria totalmente impotente e incapaz de proteger o povo (7).
Os outros ídolos e altares nos altos da vaidade seriam igualmente incapazes de ajudar os israelitas (8). O povo procuraria qualquer saída, até a morte súbita, para evitar o sofrimento do ataque dos inimigos (compare Lucas 23:30; Apocalipse 6:16).
10:9-15
De novo, Deus compara o pecado do povo com a perversidade que trouxe castigo sobre Gibeá (9; veja 9:9 e os comentários sobre esta cidade). A maldade do povo encontraria um castigo semelhante, ou até mais severo (lembre-se de que Gibeá e a tribo de Benjamim foram quase exterminadas).
Deus mesmo traria o castigo pela dupla transgressão de Israel (10).
**Obs.: A dupla transgressão? Há várias interpretações desta expressão, e o versículo não dá uma resposta definitiva. Porém, o contexto sugere o provável sentido. Os versículos anteriores falaram sobre a confiança do povo nos falsos e impotentes deuses e nos impotentes reis escolhidos pelo povo e não por Deus (8:4-5).
O povo não aproveitou as bênçãos do cuidado divino na sua juventude (bezerra) e agora sofre o trabalho duro sob o domínio de um opressor (11-12).
O povo ceifaria o que semeou (12-13; veja 8:7; Gálatas 6:7). Confiaram no poder humano, e seriam castigados pelo poder divino.
A angústia do castigo seria terrível (14). Ele o compara ao sofrimento de Bete-Arbel nas mãos de Salmã, quando as mulheres grávidas foram despedaçadas.
O castigo de Israel vem de Betel (casa de Deus). O rei seria destruído (15).
**Obs.: Por causa do pecado de Bete-Áven, vem a ira de Betel (10:5,15).

11:1-4
Deus amou Israel como um filho, chamando-o da escravidão no Egito (1; veja Êxodo 4:22-23; 13:16).
**Obs.: O Egito representa escravidão, cativeiro e até pecado. Israel saiu da escravidão, mas já estava voltando, ou seja, por causa do pecado iria ao cativeiro. No Novo Testamento, o Egito também representa o pecado, e o êxodo simboliza a salvação no batismo (1 Coríntios 10:1-2).
Quanto mais Deus chamava Israel para ser um povo santo, tanto mais eles se afastavam dele, até praticando idolatria (2).
Deus criou e cuidou de Israel, mas o povo não deu importância ao amor demonstrado pelo Senhor (3-4).
11:5-7
Israel iria ao cativeiro na Assíria (5).
**Obs.: Aqui confirmamos que as referências ao Egito (8:13; 9:6; 11:1) representam a idéia de cativeiro, e nem sempre o país em si. Este versículo deixa bem claro que o cativeiro não seria no Egito e, sim, na Assíria.
A espada de castigo cairia sobre Israel por causa dos constantes desvios do povo (6-7).
Mesmo quando o povo foi estimulado a olhar para cima, ele não o fez (7).
**Obs.: Talvez a maior batalha na vida do servo de Deus acontece na própria mente. É tão fácil se envolver tanto nas coisas deste mundo - sejam coisas pecaminosas ou simplesmente os cuidados do dia-a-dia - que esquecemos das coisas de Deus. Deus enviou correções e profecias para que o povo olhasse para cima, mas não o fez. Considere as seguintes passagens que sugerem boas aplicações em nossas vidas: Mateus 6:19-34; Marcos 10:17-34; Lucas 8:14; 9:57-62; Filipenses 4:6-9; Colossenses 3:1-2).
11:8-9
O povo não olhou para cima, mas Deus olhou para baixo! Ele contemplava o povo rebelde com compaixão e amor. Não se decidiu a destruir Israel totalmente. A ira foi amenizada pelo amor, a compaixão e a misericórdia do Senhor. Ele viria, mas como o Santo Deus, superior aos homens e acima da odiosa vingança deles.
**Obs.: Admá e Zeboim foram cidades vizinhas de Sodoma e Gomorra, entre as cidades totalmente destruídas em Gênesis 19 (veja Gênesis 10:19). Uma das maldições que viriam sobre Israel, se fosse rebelde, era a destruição igual à destas cidades (Deuteronômio 29:23). Em Oséias, Deus diz que a compaixão dele mitigaria a sua ira, para não chegar a tal exterminação merecida pelo povo pecaminoso.
**O Santo no meio do povo não voltaria em ira. A santidade e justiça de Deus trariam a destruição imediata ao povo impuro (Êxodo 33:3). Ele poderia entrar no meio do povo somente em duas circunstâncias: (1) O povo teria que ser purificado dos seus pecados (veja Isaías 6:5-7), ou (2) Ele teria que conter sua ira e vir em compaixão e graça para salvar. É exatamente isso que aconteceu quando Jesus habitou entre os homens, buscando e salvando os perdidos (João 1:14).
11:10-11
Eles (o remanescente arrependido) andariam após o Senhor. Ele bramaria como leão para chamar os seus do cativeiro. Viriam tremendo (não na arrogante teimosia de antes, mas com a humildade que agrada ao Senhor).
Deus faria o povo habitar em suas próprias casas, abençoando-os como antes.

11:12
Deus está pronto para castigar Efraim por suas mentiras, mas ele não esqueceu de Judá.
**Obs.: Há dúvida sobre o sentido da segunda parte deste versículo, e a dificuldade se reflete nas diferenças entre traduções. A ARA2 diz: "...mas Judá ainda domina com Deus e é fiel com o Santo". A NVI diz: "...e Judá é rebelde contra Deus, a saber, contra o Santo fiel". Neste caso, a tradução da NVI parece mais coerente, pois os versículos seguintes apresentam a contenda de Deus com Judá.
12:1-2
Efraim, por sua rebeldia, pediu o castigo (1).
**Obs.: O vento leste naquela região trouxe o quase insuportável calor do deserto. Aqui ele representa a punição que viria sobre Israel (veja 13:15).
Deus tinha contenda com Judá (veja 4:1) e traria castigo segundo as obras más do reino do sul (2).
**Obs.: Jacó, o nome original de Israel, representa aqui o povo que descendeu dele, dividido na época de Oséias em dois reinos: Israel e Judá. Jacó era irmão de Esaú e pai dos 12 filhos que se tornaram pais das tribos de Israel.
12:3-10
Jacó, o homem, contendeu com os outros durante a vida toda (3-4). Antes de nascer, lutou com o irmão, Esaú (Gênesis 25:26). Jacó continuou tentando ganhar vantagem sobre os outros por meio de engano, até lutando com o próprio Deus (veja Gênesis 32:24-30).
Afinal, Jacó encontrou Deus em Betel, o mesmo lugar onde o povo abandonou o Senhor com a idolatria de Jeroboão I (4).
Deus pediu que o povo voltasse para ele (5-6).
**Obs.: Observe alguns aspectos da verdadeira conversão: (1) O objeto é o Senhor. (2) A conversão envolve o amor, o juízo (obediência à vontade de Deus) e a esperança nele.
Efraim usou uma balança enganosa e amou a opressão, ou seja, praticou a desonestidade e abusou outros nos seus negócios. (7). Mesmo assim, o povo negou a sua culpa, achando que se enriqueceu pela própria esperteza (8).
**Obs.: Literalmente, o versículo 7 sugere que Efraim (Israel) se tornou um Canaã, um comerciante desonesto.
O mesmo Deus que tirou o povo do Egito o faria habitar em tendas de novo (9).
**Obs.: O período no deserto, representado aqui por tendas, seria um tempo de purificação para depois se reconciliar com Deus (compare com 2:14).
**Obs.: A Festa dos Tabernáculos foi comemorada no sétima mês de cada ano para lembrar da salvação que Deus realizou tirando o povo do Egito (veja Levítico 23:33-44).
Por meio de profetas, visões e símiles (parábolas), Deus avisou o povo da necessidade do arrependimento e das conseqüências do pecado (10).
12:11-14
Gileade (11) representa a iniqüidade (veja 6:8) e Gilgal representa o lugar onde Deus rejeitou o povo (veja 9:14)
Jacó, o homem, fugiu para a terra da Síria e praticamente se tornou escravo para ganhar a sua mulher (12), mas Deus trouxe Israel, o povo, da escravidão no Egito e lhe deu a terra prometida (13).
**Obs.: Observe os contrastes aqui. Jacó fugiu da terra; Israel foi conduzido à terra. Jacó entrou na escravidão; Israel saiu da escravidão. Jacó cuidou do gado do outro; Israel foi guardado pelo profeta de Deus (Moisés).
Ao invés de servir a Deus com gratidão, o povo provocou o Senhor à ira. O povo teria que pagar pelo sangue derramado na terra (14).
**Obs.: Sangue derramado exige castigo (Gênesis 4:10; Êxodo 21:12; Isaías 26:21; Romanos 12:19; 13:4; Apocalipse 6:10; 19:2).

Oséias 13

13:1-4
Antigamente, Efraim foi respeitado e exaltado em Israel, mas morreu por causa da idolatria (1).
**Obs.: Efraim foi escolhido acima do seu irmão mais velho, Manassés (Gênesis 48:11-22). Jeroboão I, o homem escolhido por Deus para governar Israel depois da morte de Salomão, foi efraimita (1 Reis 11:26). Foi ele mesmo que conduziu o povo à idolatria (1 Reis 12:25-33), causando a queda de sua própria família (1 Reis 15:25-30) e, dois séculos mais tarde, da nação de Israel (2 Reis 17:21-23).
Mais uma vez, Deus frisa a loucura da idolatria (2). Homens fabricam imagens e as adoram! Até beijam bezerros! Veja Isaías 44:9-20.
Por causa da idolatria de Israel, eles passariam logo (3). Deus usa, neste versículo, quatro ilustrações para mostrar que a nação chegaria ao seu fim em pouco tempo.
**Obs.: Israel tinha pouco tempo mas não percebeu a iminência do julgamento (veja 7:9). Nós, também, temos pouco tempo e devemos nos preparar para o julgamento (Tiago 4:14; Hebreus 9:27).
Em contraste com os ídolos impotentes, o Senhor afirma a sua posição como o único e onipotente Deus (4). No passado: ele salvou o povo do Egito. No presente: não há outro Deus que mereça a adoração do povo. No futuro: ele é o único salvador.
**Obs.: No "pluralismo" religioso que influencia cada vez mais os pensamentos de pessoas na sociedade atual, somos constantemente pressionados a aceitar a coexistência de diversas idéias sobre Deus, sugerindo que todas as religiões são válidas. O servo de Deus precisa enfrentar tais noções com amor e convicção. Amando Deus acima de todos (Mateus 22:37-38), jamais abandonaremos a convicção que o Deus da Bíblia é o único verdadeiro Senhor. A nossa guerra não é carnal, e não usaremos armas e táticas carnais. Confiaremos na palavra de Deus para anular as falsas doutrinas e filosofias daqueles que não exaltam o único Deus (veja 2 Coríntios 10:3-6). Amando ao próximo (Mateus 22:39), vamos apresentar a palavra de Deus para extrair outros da confusão de falsas religiões, jamais aceitando as crenças em deuses e filosofias que contradizem as Escrituras. Devemos lembrar que falsas religiões são abominações diante de Deus, e que cabe a nós mostrar a falsidade desses sistemas errados. Fé no Deus da Bíblia exclui aceitação de qualquer outro sistema religioso (Atos 4:12).
13:5-11
Deus conheceu a Israel no deserto e forneceu as necessidades do povo, mas eles logo esqueceram dele (5-6).
**Obs.: Fisicamente, Deus sustentou o povo no deserto, depois do êxodo do Egito (veja o contexto do versículo 4). Espiritualmente, ele o sustentou, como ele continua nos guiando hoje (veja 1 Coríntios 10:1-13).
**Obs.: Na prosperidade, o povo se afastou de Deus (6). Ao invés de ficarem mais fiéis na gratidão pelas bênçãos recebidas, pessoas prósperas tendem a esquecer o Senhor. É um dos motivos pelos quais Jesus e seus seguidores nunca enfatizaram a prosperidade financeira. As igrejas de hoje que incentivam as pessoas a buscar a prosperidade estão conduzindo os adeptos à perdição!
Devido à desobediência do povo, Deus se preparou para atacar e despedaçá-lo (7-8).
A ruína de Israel veio dele mesmo. A única esperança viria de Deus (9; veja Atos 4:12).
O povo, porém, continuou confiando no rei (10). O rei não pôde salvar.
Deus deu um rei quando o povo pediu e tiraria o rei porque o povo, por sua rebeldia, pediu castigo (11).
**Obs.: O primeiro rei de Israel, Saul, foi dado por Deus por causa da insistência do povo. Era o tipo de rei que o povo queria, mas a escolha dele representava a rejeição de Deus como único e soberano rei (1 Samuel 8:6-8). Depois de séculos de desobediência e de reis que não respeitaram ao Senhor, ele está prestes a tirar o rei de Israel.
13:12-16
Deus guardou o pecado do povo como prova e motivo do castigo por vir (12).
A nação deve nascer, mas demora e resiste como um filho que demora para nascer (13).
**Obs.: Quando a criança demora para nascer, corre risco de vida para a mãe e o filho. O parto de risco envolve sofrimento e dor, mas é necessário enfrentá-lo para começar a nova vida. O povo teria que passar pela experiência dolorida de cativeiro e castigo para começar a nova vida. Compare com Ezequiel 37, onde Deus mostra que é capaz de trazer vida da morte.
Deus prometeu resgatar o povo da morte (14). Nem a morte nem o inferno seriam capazes de segurar o povo. Deus o traria de volta, e não se arrependeria do seu plano de salvar o povo.
**Obs.: Esta promessa se cumpriu parcialmente na volta do cativeiro e num sentido mais amplo na vinda de Jesus para nos salvar. O pleno cumprimento, porém, virá na ressurreição dos mortos no último dia (1 Coríntios 15:55).
As promessas de salvação no futuro não obstantes, a punição vem (15-16). Qualquer prosperidade de um povo frutífero será destruída pelo vento leste de destruição e castigo (veja 12:1). De novo, Deus repete os avisos de castigo severo por causa da rebeldia do povo: espada, filhos despedaçados, mulheres grávidas abertas pelo meio.
**Obs.: As dores do parto (versículo 13) seriam terríveis antes de começar a nova vida!

14:1-3
Estes primeiros versículos são um apelo ao povo de Israel, definindo os pontos principais do arrependimento que Deus quer deles:
(1) Voltar para Deus (1). Às vezes, pessoas reconhecem problemas e até erros na vida, mas ainda não voltam ao Senhor. Judas Iscariotes tentou fugir, cometendo suicídio, quando deveria ter voltado para Jesus pedindo perdão (Mateus 27:3-5).
(2) Reconhecer o próprio pecado (1). A tendência de muitas pessoas é jogar a culpa em outros (eles me fizeram...) ou nas próprias circunstâncias (aconteceu...). A volta ao Senhor exige que a pessoa assuma o que fez, reconhecendo o seu pecado.
(3) Falar palavras de arrependimento (2). Obviamente, o pecador que volta ao Senhor deve mostrar frutos do arrependimento (Mateus 3:8). Mas, também, deve falar palavras de arrependimento. Deve confessar o seu pecado e pedir perdão (veja 1 João 1:9; Tiago 5:16).
(4) Pedir perdão (2). O pecado ofende. Todos os pecados são ofensas contra Deus. Alguns ofendem outras pessoas. Precisamos pedir perdão às pessoas ofendidas (Atos 8:21-23; Lucas 17:3-4).
(5) Oferecer serviço e sacrifício ao Senhor (2). O pecador purificado deve exaltar o nome do Senhor (veja Salmo 51:13-17).
(6) Abandonar outras "soluções" (3). Israel precisava deixar a sua confiança em: (a) Alianças com outros povos (Assíria, Egito, etc.); (b) Força militar (cavalos); (c) Falsos deuses (obra das nossas mãos).
(7) Confiar exclusivamente em Deus (3). Ele é o único Deus e aquele que mostra misericórdia ao órfão.
**Obs.: Mais uma vez, observamos que o arrependimento necessário para efetuar uma reconciliação depois de infidelidade é completo. A pessoa que trai o seu cônjuge precisa abandonar, totalmente, os seus "amantes" e voltar ao legítimo companheiro.
14:4-8
Se Israel se arrependesse da maneira descrita nos primeiros três versículos, Deus perdoaria da forma definida neste parágrafo:
(1) Curar a infidelidade de Israel (4). A traição traz conseqüências e seqüelas. Como um marido que perdoa e aceita de volta a sua esposa infiel, Deus age para curar Israel.
(2) Ele ama o arrependido (4). O amor de Deus é incompreensível aos homens. Depois de tudo que Israel fez, ele tomou a nação de novo como sua esposa e mostrou o seu amor para com ela (veja 2:14-20; 11:8-11; Ezequiel 16; João 3:16).
(3) Ele ajuda o arrependido crescer e produzir fruto (5). Como Jesus perdoou e aceitou Pedro depois deste o negar e lhe deu grandes responsabilidades no reino (veja João 21:15-17) e Paulo pediu a ajuda de Marcos depois de tê-lo rejeitado (2 Timóteo 4:11; Atos 15:37-39), Deus prepara o servo arrependido para seu papel no reino do Senhor.
(4) Ele aperfeiçoa o arrependido para que ele possa mostrar a sua beleza e ajudar outros (6-7).
(5) Ele não trata o arrependido como os ídolos fariam (8). Os ídolos são impotentes e não trazem nenhum benefício real à pessoa. Deus acolhe o arrependido e cuida dele.
14:9
Oséias conclui o livro com um apelo aos sábios. O sábio entende e segue a palavra do Senhor, enquanto os transgressores caem nela.



A relação entre o casamento de Oséias e o amor de Deus


OSÉIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS 



1. Contexto histórico: O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia política e militar da Assíria. Ele profetizou em Samaria, capital do Reino do Norte, durante os "dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel" (1.1). A soma desses anos deve ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Rs 15.5; 18.1,2, 9, 10, 13).

Esses dados fornecidos pelo profeta nos permitem datar o seu ministério entre 793-753 a.C. Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas também de apostasia generalizada (2 Rs 14.23-29).

2. Estrutura: A revelação foi entregue ao profeta pela palavra "dita a Oseias" (1.1a). A segunda declaração: "O princípio da palavra do Senhor por Oseias" (1.2a), reitera a forma de comunicação do versículo anterior. Também esclarece que a ordem para Oseias se casar com "uma mulher de prostituições" aconteceu no começo do seu ministério, como fica claro na ARA e na TB (1.2b).

O livro pode ser dividido em duas partes principais. A primeira é uma biografia profética escrita em prosa que descreve a crise do relacionamento de Oseias com sua esposa infiel, ao mesmo tempo que compara essa crise conjugal com a infidelidade e a apostasia do seu povo (1-3). A segunda parte é escrita em forma poética e se constitui de profecias proferidas durante um longo intervalo de tempo (4-14).

3. Mensagem: O assunto do livro é a apostasia de Israel e o grande amor de Deus revelado, que compreende advertência, juízo divino e promessas de restauração futura (8.11-14; 11.1-9; 14.4-9). Mesmo num contexto de decadência moral, o oráculo descreve o amor de Deus de maneira bela e surpreendente (2.14-16; 6.1-4; 11.1-4; 14.4-8). Seus oráculos são cheios de metáforas e símbolos dirigidos aos contemporâneos. Sua mensagem denuncia o pecado do povo e a corrupção das instituições sociais, políticas e religiosas das dez tribos do norte (5.1). Oseias é citado no Novo Testamento (1.10; 2.23 cp. Rm 9.25,26; 6.6 cp. Mt 9.13; 12.7; 11.1 cp. Mt 2.15).


 _________________________

OBS: O tamanho original de cada slide é 28x19, para manter as proporções e qualidades dos slides sugerimos alterar o tamanho do seu slide no PowerPoint em “Design” e depois “Configurar página”.

Referência bibliográfica

Revista Lições Bíblicas. OS DOZES PROFETAS MENORES, Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo. Lição 02 – Oseias – a fidelidade no relacionamento com Deus. I O livro de Oseias. 1. Contexto histórico. 2. Estrutura. 3. Mensagem. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2012.
 
 
 
 

Aspectos históricos e geográficos 


Oséias - A restauração dos filhos de DEUS

A instabilidade política e religiosa de Israel
 
A SITUAÇÃO DE ISRAEL NA ÉPOCA DO PROFETA OSÉIAS ERA DEPLORÁVEL,
O POVO ESTAVA CORROMPIDO PELA IDOLATRIA E DEUS NA SUA IRA PREPARA O ATO FINAL PARA DEPORTÁ-LOS A FIM DE QUE O CONHEÇAM COMO ÚNICO E VERDADEIRO DEUS, MAS É COM O SOFRIMENTO DE UM MARIDO TRAÍDO QUE DEUS OS CHAMA AO ARREPENDIMENTO, PROCURANDO DE TODAS AS FORMAS PERDOÁ-LOS.
Localização de Samaria e Reino de Israel  onde Oséias exerceu seu ministério.
 
                                                 
 
O casamento de Oséias e o seu triste relacionamento com Gômer, sua esposa, era o retrato do relacionamento de Israel com Jeová. A mensagem aqui é de castigo e restauração. A mensagem de Oséias anuncia também a vinda do Messias e o surgimento da Igreja (11.1; 1,10). Os pormenores aparecem nos capítulos subseqüentes.
 
                                                                Sobre casamento Judaico ver aqui
  • O livro do profeta Oséias nos chama a uma urgente reflexão: 
Em 2 Co 11.2 o apóstolo Paulo guiado pelo ESPÍRITO SANTO, escreve:
"Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para vos apresentar a ele como virgem pura."
Pergunta nº 1- Existem porventura alguns pontos de semelhança entre seu relacionamento com o Senhor JESUS CRISTO e o relacionamento de Israel com DEUS? De que maneira você está agradando o Noivo Celestial? Você está dilacerando o coração de DEUS de alguma forma?
Pergunta nº 2- Que providências você tem que tomar; o que precisa fazer? 
Pergunta nº 3- De que maneira você acha que DEUS vai reagir e por que?
(Bíblia de Estudo Indutivo - Ed.Vida)
 

Samaritanos

    Os samaritanos rezam em hebreu e chamam a si mesmos de Bene-Israel (filhos de Israel), mas os israelitas sempre se recusaram a admiti-los entre seu povo. Samaritanos são membros de uma comunidade, quase extinta no fim do século XX, que afirma descender dos judeus da antiga Samaria, das tribos de Efraim e Manassés (2Cr 34:9, Jr 41:5). Segundo os samaritanos, os integrantes dessas tribos não foram deportados quando os assírios conquistaram o reino de Israel em 721 a.C. e, após a queda de Samaria, se misturaram com não-israelitas (2Rs 17:24-41), o que deu origem a uma religião sincretista, embora baseada num judaísmo primitivo. De acordo com o Talmude, porém, os samaritanos são descendentes dos povos mesopotâmicos radicados em Samaria após a conquista pelos assírios e teriam ascendência e religião mistas por terem se casado com israelitas que permaneceram na região. O termo samaritano tem origem no hebraico shamerim e significa "os que observam" (os preceitos), em alusão ao fato de terem como única norma religiosa o Pentateuco, conjunto dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento.
O desprezo que os judeus dispensavam a esse povo é o pano de fundo da parábola do bom samaritano (Lc 10:25-37), em que Jesus Cristo procura mostrá-los como caridosos. O povo de Samaria é ainda citado em outras conhecidas passagens da Bíblia, como aquela em que Jesus encontra a samaritana no poço de Jacó e lhe anuncia: "... quem beber da água que eu lhe darei, nunca mais terá sede..." (Jo 4:14). No fim do século XX havia em Israel uma comunidade de cerca de 500 samaritanos, dos quais 250, inclusive o alto sacerdote, viviam em Nabulus e os demais em Holon, onde mantinham uma sinagoga, nos arredores de Tel Aviv.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
                                                                                              NOTA

Hebraico/pronúncia
Versículo
  Tradução
telïillal
vv.2
início; quando Yahweh falou pela primeira vez.
zenunim

 fornicação.
harah
vv.3
conceber, engravidar.
mamlachut
vv.4
 domínio, poder real, reino, reinado.
harah
vv.6
 conceber, engravidar
riham

ter compaixão, ser compassivo.
 riham
vv.7
 ter compaixão, ser compassivo.
gamal
vv.8
desmamar; lidar adequadamente com, alocar; amadurecer.
harah

conceber, engravidar
hol
vv.10
 areia

                                                                     Oséias - CPAD (ESEQUIAS SOARES)
 
                      Vide no quadro Sintético abaixo a época em que profetizou Oséias, os  reis e profetas da época.
                        
Rei Datas (a.C.) Importância Referências
Jeroboão II 793-753
Manteve o santuário em Betel.

Contribuiu para a exploração dos pobres ao incentivar um padrão de vida elevado.
2 Rs 14.23-29
Amós 1.1; 5.7-11
Oséias 1.1
Zacarias 753 Sua morte cumpriu profecias de Amós e de Oséias. 2 Rs 15.8-12
Amós 7.9; 
Oséias 1.4-5
Salum 752 Assassino de Zacarias.
Exemplo de vida política caótica.
2 Rs 15.13-15
Oséias 7.7; 8.10; 13.11
 
Menaém 752-742 Assassino de Salum.
Opressor de seus inimigos. Pagou tributos a Tiglate-Pileser da Assíria.
2 Rs 15.14-23
Oséias 7.11; 12.1
Pecaías 742-740 Exemplo de vida política caótica de Israel. 
Filho de Manaém.
 Assassinado por Peca
2 Rs 15.23-26
Oséias 6.7-9; 7.3-7
Peca 740-732
Como único governante; pode ter governado Gileade a partis de 752.
Assassino de Pecaías.
Conspirou com Rezim contra a Assíria.
Figura central no ataque Siro-Efraimita contra Judá.
Tornou-se vassalo da Assíria.
Provavelmente o rei mais destacado no livro de Oséias.
2 rs 15.25-31; 16.1-9
Oséias 5.8-7.16
Oséias   Assassino de Peca.
Revoltou-se contra a Assíria. Deposto e preso por Salmaneser V. ´
Último rei de Israel.
2 Rs 15.30; 17.1-6
Oséias 10.3-8; 9-16; 13-15;
                                                                David A.Hubbard  - Série Cultura Bíblica

Texto Áureo: Oséias 8.4
    "Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas sem a minha aprovação; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruídos."
"Eles fizeram reis, mas não por mim" Na verdade o sistema de DEUS não é Democracia e nem Reinado, mas  Teocracia. Quando o povo Israelita pediram um rei, na verdade eles pediram para ter o que as nações pagãs tinham e veja a resposta de DEUS para eles: 1 Sm 8.6 Mas pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei para nos julgar. Então Samuel orou ao Senhor.7 Disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não é a ti que têm rejeitado, porém a mim, para que eu não reine sobre eles.8 Conforme todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até o dia de hoje, deixando-me a mim e servindo a outros deuses, assim também fazem a ti.9 Agora, pois, ouve a sua voz, contudo lhes protestarás solenemente, e lhes declararás qual será o modo de agir do rei que houver de reinar sobre eles.
"Da Sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si" Referindo-se claramente ao êxodo como em: Êx 32.4 "ele os recebeu de suas mãos, e com um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles exclamaram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito."
Verdade Prática:
A segurança e a paz de uma nação dependem de seu relacionamento com DEUS.
Uma clara alusão a Sl 33.12
 "Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança."
Veja que o Brasil tem se tornado uma grande Nação à media que o evangelho avança.

Objetivos da Lição:   1- Esboçar de forma panorâmica a historia de Israel; do reino Unido à queda de Samaria
                                                         2-Identificar as causas e os maléficos efeitos da idolatria.
                                            3- Descrever o papel dos profetas no Antigo Testamento:
1- Esboçar de forma panorâmica a historia de Israel; do reino Unido à queda de Samaria
    Professor, use para isto o mapa acima e também o quadro sintético explicando aos alunos que o reino de Israel foi dividido desde Salomão que pecou contra DEUS indo após os ídolos de suas muitas mulheres ( 1 Rs 11.1-10).
    Apesar de Salomão ter pecado contra DEUS, Ele não tirou o governo da mão de Salomão durante seu reinado por amor a Davi, seu pai. (1 Rs 11.11-13)
    Quando findava o reinado de Salomão DEUS enviou o profeta Aías  a Jeroboão para que fosse dividido o reino de Israel em duas partes: O território de Judá como reino do Sul, governado pelos descendentes de Davi com Roboão assumindo o trono de seu pai Salomão e o território de Israel como reino do norte, governado em princípio por Jeroboão. (1 Rs 11.30-32 = "Então Aías pegou na capa nova que tinha sobre si, e a rasgou em doze pedaços.  E disse a Jeroboão: Toma estes dez pedaços para ti, porque assim diz e Senhor Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei dez tribos. Ele, porém, terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi dentre todas as tribos de Israel.")
O território de Judá foi formado pelas tribos de Judá e Benjamim e o território de Israel pelas demais tribos.
A MULHER JUNTO AO POÇO!
Uma história sobre a Água que dá vida
Tirado do Capítulo 4 do Evangelho segundo João

Embora o termo "bom samaritano" seja bem conhecido, a maioria das pessoas não sabe quem eram exatamente os samaritanos, e como os judeus os odiavam e os desprezavam? Para os Judeus da época de Jesus, só a palavra "samaritano" já era um insulto. (Cf. João 8:48) Por que é que os judeus odiavam tanto os samaritanos?
No ano 720 A.C., Salmaneser, rei do Império Assírio, invadiu Israel e levou cativas as 10 tribos do norte para a Assíria. Depois, levou para lá gente da Babilônia e de outras terras longínquas para habitar as cidades do norte de Israel, onde os israelitas moraram outrora. Essa região passou então a ser conhecida como Samaria. (Leia 2Reis 17:22-29)
No princípio esse povo era pagão, mas foram convertidos à força ao judaísmo, aproximadamente 200 anos antes de Cristo. Eles acreditavam apenas nos cinco livros de Moisés. Como este não fizera menção de que Jerusalém fosse uma cidade santa, os samaritanos não veneravam no templo judeu em Jerusalém. Para eles, o monte Gerizim, na Samaria, era o lugar mais sagrado onde deviam adorar a Deus e construíram um templo no topo dele. Então, pelo fato dos samaritanos serem uma raça mestiça e os seus costumes e adoração religiosa serem diferentes, os judeus os consideravam inferiores e não se associavam com eles de jeito nenhum! http://www.clubedaluz.com.br/mulherdopoco.htm 
 
2-Identificar as causas e os maléficos efeitos da idolatria.
   Abraão foi chamado por DEUS desde uma terra de idolatria e possivelmente de lá vieram alguns resquícios de idolatria no meio de sua caravana. Também o povo Israelita quando exilados aprenderam com os povos idólatras suas práticas horrendas.
      Babilônia e sua idolatria                   Deuses da Grécia                          Deuses Cananeus
                     
    A idolatria teve início em Israel, principalmente no êxodo, quando os Israelitas resolveram levar consigo egípcios e também começaram a olhar demasiadamente para os povos em volta de si por onde andavam a caminho da terra prometida. Arão, irmão de Moisés, escolhido como sacerdote, movido pelo povo incentivou esta prática com o bezerro de ouro (vide foto acima). O deus mais adorado pelos povos daquela época parece ser Baal.
A IDOLATRIA E SEUS MALES (tirado do cd da BEP - CPAD)
1Sm 12.20,21 “Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são.” A idolatria é um pecado que o povo de Deus, através da sua história no AT, cometia repetidamente. O primeiro caso registrado ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4). O primeiro caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no monte Sinai (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de Deus freqüentemente se voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi marcado por freqüente idolatria em Israel (1Rs 11.1-10). Na história do reino dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como muitos dos reis do Reino do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que cessou o culto idólatra entre os judeus.
O FASCÍNIO DA IDOLATRIA. Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas? Há vários fatores implícitos. (1) As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus. Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus, no sentido de se manter santo e separado delas.(2) Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo de obediência que o Deus de Israel requeria. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía muitos em Israel. Deus, por sua vez, requeria que o seu povo obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não haveria comunhão com Ele.(3) Por causa do elemento demoníaco da idolatria (ver a próxima seção), ela, às vezes, oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos temporários. Os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos.
A NATUREZA REAL DA IDOLATRIA. Não se pode compreender a atração que exercia a idolatria sobre o povo, a menos que compreendamos sua verdadeira natureza.(1) A Bíblia deixa claro que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). O ídolo é meramente
um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de
“vaidades” (12.21), e Paulo declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas (e.g., Sl 115.4-8; 135.15-18) e os profetas (e.g. 1Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5) freqüentemente zombavam dos ídolos.(2) Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés (ver Dt 32.17 nota) quanto o salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses com demônios. Note, também, o que Paulo diz na sua primeira carta aos coríntios a respeito de comer carne sacrificada aos ídolos: “as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus” (1Co 10.20). Noutras palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o mundo e os que são deles. O cristão sabe com certeza que o poder de Jesus Cristo é maior do que o dos demônios (ver o estudo
PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS.). Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), exerce vasto poder nesta presente era iníqua (ver 1Jo 5.19 nota; cf. Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais e maravilhas de mentira (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20) e de proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais. Sem dúvida, esse poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios (cf. Sl 10.2-6; 37.16, 35; 49.6; 73.3-12).(3) A correlação entre a idolatria e os
demônios vê-se mais claramente quando percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o espiritismo, a
magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a necromancia e coisas semelhantes (cf. 2Rs 21.3-6; Is 8.19; ver Dt 18.9-11
notas; Ap 9.21 nota). Segundo as Escrituras, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e culto aos demônios. Quando, por
exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor que fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito subindo da terra,
representando Samuel (28.8-14), i.e., ela viu um demônio subindo do inferno. (4) O NT declara que a cobiça é uma forma
de idolatria (Cl 3.5). A conexão é óbvia: pois os demônios são capazes de proporcionar benefícios materiais. Uma pessoa insatisfeita
com aquilo que tem e que sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses seres sobrenaturais que
conseguem para tais pessoas aquilo que desejam. Embora tais pessoas talvez não adorem ídolos de madeira e de pedra,
entretanto adoram os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus; logo, tais pessoas são idólatras. Dessa maneira, a
declaração de Jesus: “Não podeis servir a Deus e a Mamom [as riquezas]” (Mt 6.24), é basicamente a mesma que a admoestação de
Paulo: “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios” (1Co 10.21).
DEUS NÃO TOLERARÁ NENHUMA FORMA DE IDOLATRIA. 
(1) Ele advertia freqüentemente contra ela no AT. (a) Nos dez mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à adoração a qualquer deus que não seja o Senhor Deus de Israel (ver Êx 20.3,4 notas). (b) Esta ordem foi repetida por
Deus noutras ocasiões (e.g., Êx 23.13, 24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2Rs 17.35,37,38). (c) Vinculada à proibição
de servir outros deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de nações pagãs na terra de Canaã (Êx
23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).(2) A história dos israelitas foi, em grande parte, a história da idolatria. Deus muito se irou com o seu povo por não destruir todos os ídolos na Terra Prometida. Ao contrário, passou a adorar os falsos deuses. Daí, Deus castigar os israelitas, permitindo que seus inimigos tivessem domínio sobre eles. (a) O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente repetido, em que os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que eles deixaram de conquistar. Deus permitia que os inimigos os dominassem; o povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para libertá-lo. (b) A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de Deus esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos (2Rs 17.6-18). (c) O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a Deus, como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá (2Rs 21.1-11). Como resultado, Deus disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2Rs 21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (e.g., Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, Deus cumpriu a sua palavra
profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade (2Rs 25).
(3) O NT também adverte todos os crentes contra a idolatria. (a) A idolatria manifesta-se de várias formas hoje em dia. Aparece
abertamente nas falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. A idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de confiarem em Deus somente. Finalmente, ela ocorre dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a Deus, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e também participar das práticas imorais e ímpias do mundo. (b) Daí, o NT nos admoestar a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; cf. Mt 6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6; ver o estudo RIQUEZA E POBREZA) e, sim, a fugirmos de todas as formas de idolatria (1Co 10.14; 1Jo 5.21). Deus reforça suas advertências com a declaração de que aqueles que
praticam qualquer forma de idolatria não herdarão o seu reino (1Co 6.9,10; Gl 5.20,21; Ap 22.15).
   
Veja mais sobre idolatria em A Bíblia e a Idolatria
 
3- Descrever o papel dos profetas no Antigo Testamento:
 
PROFETA: Porta-voz de Deus cuja mensagem é ou admoestação ou predição. Em um sentido os primeiros profetas foram os patriarcas, desde Adão até Moisés. Ver Gn 20.7. No sentido restrito, é em Samuel que começa o ministério profético. Entre esses profetas encontram-se Elias, Eliseu, Davi. A partir dessa época, começa outra ordem de profetas, divididos em duas classes: 
l) Os grandes profetas: Isaias, Jeremias, Ezequiel, Daniel. 
2) Os profetas menores, isto é, que deixaram escritos menos importantes, são, cm número de doze: Oséias, Joel, Amos, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. 
i| Lista cronológica dos profetas: Enoque, Gn 5.21-24; Noé, Gn 9.25-27; Abraão, Gn 20.7; Jacó, Gn 49.1; Arão, Êx 7.1; Moisés, Dt 18.18; Balaão; Nm 23.5; Samuel, l Sm 3.20; Davi, SI 16.8-11; Nata, 2 Sm 7.2; Zadoque, 2 Sm 15.27; Gade, 2 Sm 24.11; Aias, l Rs 11.29; Ido, 2 Cr 9.29; Semaías, 2 Cr 12.7; Azarias, 2 Cr 15.2-7; Hanani, 2 Cr 16.7; Jeú, l Rs 16.1; Elias, l Rs 17.1; Eliseu, l Rs 19.16; Micaias, 
l Rs 22.7; Jonas, 2 Rs 14.25; Isaias, 2 Rs 19.2; Oséias, Os 1.1; Amos, Am I.1; Miquéias, Mq 1.1; Obede, 2 Cr 28.9; Naum, Na 1.1; Joel, Jl 1.1; Sofonias, Sf 1.1; Jedutum, 2 Cr 35.15; Jeremias, 2 Cr 36.12; Habacuque, He 1.1; Obadias, Ob l; Ezequiel, Ez 1.3; Daniel, Dn 12.11; Ageu, Ag 1.1; Zacarias, Zc 1.1; Malaquias, Ml 1.1; Zacarias, Lc 1.67; João Batista, Lc 7.28; Caifás,II.51; Âgabo, At 11.28; Paulo, l Tm 4.1; Pedro, 2 Pé 2.1, 2; João, Ap 1.1; Cristo, de quem testificavam todos os profetas (Lc 24.27, 44), é O Profeta da Sua Igreja em todas as épocas, Dt 18.15; At 3.22, 23. Ver Apóstolo, Evangelista, Ministro, Vidente.
PROFETAS
PROFETAS, FALSOS: Dt 18 20; Is 9.15; Jr 14.13; Ez 13.3; Mt 7.15; 2 Pé 2.1; l Jo 4.1. Zedequias, l Rs 22.11; Jr 29.21. Barjesus, At 13.6.
PROFETIZA: Mulher que faz profecias. Miriã, êx 15.20; Débora, Jz 4.4; Hulda, 2 Rs 22.14; Ana, Lc 2.36; As quatro filhas de Felipe, At 21.9. Ver Is 8.3; At 2.18; l Co 11.5.
PROFETIZAR: Predizer como profeta.
Ver Profeta. Setenta anciãos . . . profetizaram, Nm 11.25. A palavra dele se não cumprir . . . como profetizou, Dt 18.22; (ver 13.1-5). Saul, e ele profetizou, l Sm 10.10. Um grupo de profetas profetizando . . . também eles profetizaram, l Sm 19.20, Também estes profetizaram . . . também profetizaram, l Sm 19.21. Profetizou diante de Samuel, l Sm 19.24. Nunca profetiza de mim o que é bom, l Rs 22.8. Profetizaram o profeta Ageu e Zacarias, Ed 6.14. Não profetizeis para nós o que é reto, Is 30.10. Os profetas profetizam falsamente, Jr 5.31. Profetizado em teu nome, Mt 7.22. Todos os profetas ... profetizaram até João, Mt 11.13. Profetiza-nos . . . quem é que te bateu! Mt 26.68. Zacarias . . . profetizou, Lc 1.67. Em part; profetizamos, l Co 13.9. Procurai com zelo ... de profetizar, l Co 14.39. Profetizou Enoque, Jd 14. Ver Pronunciar, Predizer.
PROFECIA: Ver Profeta. Não havendo p o povo se corrompe, Pv 29.18. Diferentes dons ... se p, Rm 12.6. A outro p, l Co 12.10. Havendo p, desaparecerão, l Co 13.8. A p não é para os incrédulos, l Co 14.22. Não desprezeis p, l Ts 5.20. Segundo as p de que . . . foste objeto, l Tm 1.18 Dom ... te foi concedido mediante p, l Tm 4.14. Nenhuma p ... vêm de particular elucidação, 2 Pé 1.20. Ouvem as palavras da p, Ap 1.3; 22.18. O testemunho de Jesus é o espírito da p, Ap 19.10. Que guarda as palavras da p, Ap 22.7. Ver Dons do Espírito em 1 Co 12.
Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer
Veja alguns estudos sobre o livro de Oséias:
Observações de pé de página da BEP - CPAD
1.2 VAI, TOMA UMA MULHER DE PROSTITUIÇÕES. O relacionamento entre Deus e Israel é freqüentemente comparado a um contrato matrimonial (e.g., Is 54.5; Jr 3.14; cf. Ef 5.22-32). "Desviando-se do Senhor", a fim de adorar aos ídolos, Israel foi considerado por Deus como um caso de infidelidade ou prostituição espiritual. O casamento de Oséias deveria ser, portanto, uma lição prática para o infiel Reino do Norte. Há forte probabilidade de que Gomer não fosse prostituta por ocasião do seu matrimônio, tendo posteriormente se voltado ao adultério e à imoralidade, talvez como prostituta no templo de Baal. Ao abandonar o Senhor, ela não somente foi levada à
adoração falsa, mas também ao rebaixamento dos padrões morais. Hoje se pode ver o mesmo padrão de vida imoral sempre que o povo de Deus se desvia da genuína dedicação ao Todo-poderoso (ver Pv 5.3 nota).1.4 VISITAREI O SANGUE DE JEZREEL. O mais provável é que este versículo se refira à matança dos setenta filhos de Acabe, executada por Jeú (2 Rs 10.1-8). Embora fosse elogiado
por ter trazido o justo juízo de Deus à família de Acabe, Jeú portara-se com demasiada severidade (2 Rs 10.30,31). 1.4 FAREI CESSAR O REINO DA CASA DE ISRAEL. Deus não demoraria para trazer juízo e destruição ao Reino do Norte. É provável que Oséias tenha vivido até ver cumprida esta profecia, em 722 a.C., quando os assírios conquistaram Samaria, deportaram cerca de dez por cento da
população, e tornaram os demais habitantes parte de uma mera província assíria.1.6 EU NÃO ME TORNAREI MAIS A COMPADECER. O nome "Lo-Ruama" (lit., "não é compadecida" ou "ela não recebe compaixão e amor") significa que Deus, em sua santidade,
declarara ter chegado a hora de cessar a sua longanimidade, e acionar a sua justiça. O juízo finalmente teria de vir contra o povo pecaminoso e rebelde.1.7 E OS SALVAREI. O Reino do Sul (Judá) não seria destruído na mesma ocasião que o Reino do Norte -(Isra-el). Em virtude de o rei Ezequias estar conduzindo sua nação pelo caminho da fé e do arrependimento, o Senhor os salvaria naquela ocasião (2 Rs 19.32-36; Is 37.36). O reino de Judá perduraria ainda por 136 anos.1.9 NÃO SOIS MEU POVO. Acredita-se que o terceiro filho de Gomer, um menino chamado "Lo-Ami" (que significa "não meu povo"), não fosse de Oséias. O nome da criança simbolizava a quebra do relacionamento pactual em conseqüência da contínua rebeldia contra Deus mediante a idolatria. O povo do Reino do Norte já não poderia esperar que Deus o abençoasse e o livrasse de seus adversários. Oséias estava aprendendo, através de sua própria angústia, sobre como se achava o coração de Deus por causa dos pecados de seu povo.1.10,11 ISRAEL SERÁ COMO A AREIA DO MAR. A rejeição do Reino do Norte como nação separada não significava que Deus se esqueceria de sua promessa a Abraão, Isaque e Jacó, a respeito da terra e da nação. Apesar de Israel haver pecado, Deus restauraria o seu povo à condição de filhos. Ele reuniria as doze tribos para formar uma única nação sob um único líder. A promessa de reunificação anuncia o Messias vindouro.1.11 GRANDE SERÁ O DIA DE JEZREEL. Jezreel significa "Deus espalha". E, aqui, tal nome é empregado num sentido ligeiramente distinto daquele que aparece no versículo quatro. Deus espalharia o seu povo (v. 4), mas posteriormente o recolheria das terras para onde havia sido espalhado, e o semearia de novo na terra que lhe pertencia, assim como o agricultor esparge as sementes no solo devidamente preparado.
 
Estudo 1- RESUMO DA BEP EM CD - CPAD 
(BEP - Bíblia de Estudo Pentecostal)
Esboço
Título (1.1)
I. O Casamento de Oséias Ilustra a Infidelidade de Israel, e a Rejeição e Restauração
da  Nação (1.2—3.5)
A. O Casamento com Gomer (1.2)
B. O Nascimento dos Três Filhos (1.3-9)
C.  Profecia da Restauração (1.10—2.1)
D.  Gômer Como Símbolo de Israel (2.2-23) 1. O Adultério de Israel (2.2-5) 2. O Juízo Divino (2.6-13) 3. Deus Promete a Restauração de Israel (2.14-23)
E. A Redenção de Gomer (3.1-5)
II. A Mensagem de Oséias Descreve a Infidelidade, Rejeição e Restauração de Israel
(4.1—14.9)
A. O Adultério Espiritual de Israel (4.1-19)
B. O Juízo Divino Sobre Israel (5.1-14)
C. O Arrependimento Insincero de Israel (5.15—6.3)
D. O Registro dos Pecados de Israel (6.4—8.6)
1. Violação do Concerto (6.4-10)
2. Recusa em Confiar em Deus, e Obedecê-lo (6.11—7.16)
3. Servir a Falsos Deuses (8.1-6)
E. A Predição do Juízo de Israel (8.7—10.15)
1. Será Devorada pelas Nações (8.7-14)
2. A Prosperidade Evaporará (9.1-9)
3. A Madre se Tornará Estéril (9.10-17)
4. A Nação Será Destruída (10.1-15)
F. O Amor Persistente de Deus por Israel (11.1-11)
G. Repetição dos Pecados de Israel (11.12—12.14)
H. O Cuidado Passado de Deus e Sua Ira Presente (13.1-16)
1. A Idolatria de Israel (13.1-3)
2. O Cuidado Divino no Êxodo (13.4-6)
3. O Plano Divino em Destruir Israel (13.7-13)
4. O Plano Divino para a Restauração Final de Israel (13.14)
5. Insistência na Destruição Iminente de Israel (13.15,16)
I. Deus Promete Restaurar Israel (14.1-9)
1. A Chamada ao Arrependimento (14.1-3)
2. A Promessa de Bênçãos Abundantes (14.4-9)
 Autor: Oséias
Tema: O Julgamento Divino e o Amor Redentor de Deus
Data: 715-710 a.C.
Considerações Preliminares
Oséias, cujo nome significa “salvação”, é identificado como filho de Beeri (1.1). Nada mais se sabe do profeta, a não ser os lances biográficos que ele mesmo revela em seu livro. Que Oséias provinha de Israel, e não de Judá, e que profetizou à sua nação, fica patente: (1) em suas numerosas referências a “Israel” e “Efraim”, as duas principais designações do Reino do Norte; (2) na sua
referência ao Rei de Israel, em Samaria, como “nosso rei” (7.5); e (3) em sua intensa preocupação com a corrupção espiritual, moral, política e social de Israel. O ministério de Oséias, ao Reino do Norte, seguiu-se logo depois ao ministério de Amós que, embora fosse de Judá, profetizou a Israel. Amós e Oséias são os únicos profetas do AT, cujos livros foram dedicados inteiramente ao Reino
do Norte, anunciando-lhe a destruição iminente.Oséias foi vocacionado por Deus a profetizar ao Reino de Israel, que desmoronava espiritual e moralmente, durante os últimos quarenta anos de sua existência, assim como Jeremias seria chamado a fazer o mesmo em Judá. Quando Oséias iniciou o seu ministério, durante os últimos anos de Jeroboão II, Israel desfrutava de uma temporária prosperidade econômica e de paz política, que acabariam por produzir um falso senso de segurança. Logo após a morte de Jeroboão
II (753 a.C.), porém, a nação começa a deteriorar-se, e caminha velozmente à destruição em 722 a.C. Passados quinze anos da morte do rei, quatro de seus sucessores seriam assassinados. Decorridos mais quinze anos, Samaria seria incendiada, e os israelitas, deportados à Assíria e, posteriormente, dispersados entre as nações. O casamento trágico de Oséias, e sua palavra profética, harmonizavam-se com a mensagem de Deus a Israel durante esses anos caóticos.Deus ordenou a Oséias que tomasse “uma mulher de prostituições” (1.2) a fim de ilustrar a infidelidade espiritual de Israel. Embora há os que interpretem o casamento do profeta como
alegoria, os eruditos conservadores consideram-no literal. Parece improvável, porém, que Deus instruísse seu piedoso servo a casar-se com uma mulher de má fama para exemplificar sua mensagem a Israel. Parece mais provável que Oséias haja se casado com Gomer quando esta ainda era casta, e que ela haja se tornado meretriz posteriormente. Sendo assim, a ordem para se tomar
“uma mulher de prostituições” era uma previsão profética do que estava prestes a acontecer.O contexto histórico do ministério de Oséias é situado nos reinados de Jeroboão II, de Israel, e de quatro reis de Judá (Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias; ver 1.1) — i.e., entre 755 e 715 a.C. As datas revelam que o profeta não somente era um contemporâneo mais jovem de Amós, como também de
Isaías e Miquéias. O fato de Oséias datar boa parte de seu ministério mediante uma referência a quatro reis em Judá, e não aos breves reinados dos últimos seis reis de Israel, pode indicar ter ele fugido do Reino do Norte a fim de morar na terra de Judá, pouco tempo antes de Samaria ter sido destruída pela Assíria (722 a.C.). Ali, compilou suas profecias no livro que lhe leva o nome.
Propósito
A profecia de Oséias foi a última tentativa de Deus em levar Israel a arrepender-se de sua idolatria e iniqüidade persistentes, antes que Ele entregasse a nação ao seu pleno juízo. O livro foi escrito com o objetivo de revelar: (1) que Deus conserva seu amor ao seu povo segundo o concerto, e deseja intensamente redimi-lo de sua iniqüidade; e (2) que conseqüências trágicas se seguem quando o povo persiste em desobedecer a Deus, e em rejeitar-lhe o amor redentor. A infidelidade da esposa de Oséias é registrada como ilustração da infidelidade de Israel. Gomer vai atrás de outros homens, ao passo que Israel corre atrás de outros deuses. Gomer comete prostituição física; Israel, prostituição espiritual.
Visão Panorâmica
Os capítulos 1—3 descrevem o casamento entre Oséias e Gomer. Os nomes dos três filhos são sinais proféticos a Israel: Jezreel (“Deus espalha”), Lo-Ruama (“Não compadecida”) e Lo-Ami (“Não meu povo”). O amor perseverante de Oséias à sua esposa adúltera simboliza o amor inabalável de Deus por Israel.Os capítulos 4—14 contêm uma série de profecias que mostram o paralelismo entre a infidelidade de Israel e a da esposa de Oséias. Quando Gomer abandona Oséias, e vai à procura de outros amantes (cap. 1), está representando o papel de Israel ao desviar-se de Deus (4—7). A degradação de Gomer (cap. 2) representa a vergonha e o juízo de Israel (8—10). Ao resgatar Gomer do mercado de escravos (cap. 3), Oséias demonstra o desejo e intenção de Deus em
restaurar Israel no futuro (11—14). O livro enfatiza este fato: por ter Israel desprezado o amor de Deus e sua chamada ao arrependimento, o juízo já não poderá ser adiado.
Características Especiais
Sete aspectos básicos caracterizam o livro de Oséias. (1) Ocupa o primeiro lugar na seção do AT
chamada “O Livro dos Doze”, também conhecida como os “Profetas Menores”, por causa de sua brevidade em comparação com Isaías, Jeremias e Ezequiel. (2) Oséias é um dos dois únicos profetas do Reino do Norte a terem um livro profético no AT (o outro é Jonas). (3) À semelhança de Jeremias e Ezequiel, as experiências pessoais de Oséias ilustram sua mensagem profética. (4)
Contém cerca de 150 declarações a respeito dos pecados de Israel, sendo que mais da metade deles relaciona-se à idolatria. (5) Mais do que qualquer outro profeta do AT, Oséias relembra aos israelitas que o Senhor havia sido longânimo e fiel em seu amor para com eles. (6) Não há ordem visível entre suas profecias (4—14). É difícil distinguir onde uma profecia termina e outra começa.
(7) Elas acham-se repletas de vívidas figuras de linguagem, muitas das quais tiradas do cenário rural.
O Livro de Oséias ante o NT
Diversos versículos de Oséias são citados no NT: (1) o Filho de Deus é chamado do Egito (11.1; cf. Mt 2.15); (2) a vitória de Cristo sobre a morte (13.14; cf. 1 Co 15.55); (3) Deus deseja a misericórdia, e não o sacrifício (6.6; cf. Mt 9.13; 12.7; e (4) os gentios que não eram o povo de Deus, passam a ser seu povo (1.6, 9-10; 2.23; cf. Rm 9.25,26; 1 Pe 1.10). Além dos trechos específicos, o NT expande o tema do livro — Deus como o marido do seu povo — e diz que Cristo é o marido de sua noiva redimida, a igreja (ver 1 Co 11.2; Ef 5.22-32; Ap 19.6-9; 21.1-2, 9-10). Oséias enfatiza a mensagem do NT a respeito de se conhecer a Deus para se entrar na vida
(2.20; 4.6; 5.15; 6.3-6; cf. Jo 17.1-3). Juntamente com esta mensagem, Oséias demonstra claramente o relacionamento entre o pecado persistente e o juízo inexorável de Deus. Ambas as ênfases são resumidas por Paulo em Rm 6.23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Estudo 2 - “Como areia do mar”Oséias 2,1-3
Milton Schwantes
 
Irá chegar um novo dia, um novo céu, uma nova terra, um novo mar.
E neste dia os oprimidos, numa só voz a liberdade irão cantar!
(Vera Lúcia do Nascimento)
O assunto destes versículos é o novo que há de vir. De sua elaboração cada um e cada uma de nós tem o privilégio de participar.
 O novo não cai do céu. É como se fosse o céu. Já que é, como se céu fosse, agrada-lhe nossa participação, nossas lutas para que o novo apareça.
 É um novo de uma certa hora do caminho da libertação. Não é aplicável a qualquer hora. Mas, pode animar a aparição do novo em nossas horas e em nossos lugares.
 Situemo-nos primeiro na hora e no lugar de Oséias 2,1-3 (em outras Bíblias trata-se de 1,10 até 2,1).
 O outro lado da moeda
 Estes nossos três versículos têm a ver com o que lhes antecede. São o reverso dos versículos anteriores.
 Estes versículos anteriores (1,2-9) contêm a ameaça à “casa de Israel”. Os três filhos de Gômer e Oséias simbolizam a destruição dos poderosos: “Jezreel” representa o fim da dinastia, do “reinado da casa de Israel” e do “arco”, isto é, do exército. Este primeiro filho assinala para o fim de dominação e opressão. A filha “Não-Amada” é a eliminação de qualquer perdão para a “casa de Israel”. O nome da filha radicaliza a exclusão dos organismos do poder, da “casa de Israel”. E o terceiro filho “Não-Meu-Povo” se refere à invalidação da `teologia’ que pretendia proteger os poderosos: A teologia do pacto. Agora, já não vale mais afirmar que `Deus está aí para seu povo, e este para Deus’; o próprio Javé renunciou a esta teologia do pacto. Pois, o poder a usava para auto-justificar-se.
 Nossos versículos representam o outro lado. Não se referem à “casa de Israel”, pois esta está sob a ameaça das profecias de 1,2-9. Referem-se aos “filhos de Israel”. A “casa” está condenada, aos “filhos” valem as promessas.
 É a mesma profecia que fala em duas direções diferentes: uma visa as organizações de opressão (1,2-9), a outra a vida das vítimas (2,1-3). Para um lado: juízo. Para outro lado: promessa.
 Nossos versículos são, pois, o contraponto de 1,2-9.
 Mas, afinal, são do mesmo Oséias, do qual nos vem 1,2-9?
 Profetas - gente com horizonte
 Com muita freqüência, não se atribui v.1-3 a Oséias. Entende-se que estes versículos seriam adendos posteriores. Em períodos exílicos, uns dois séculos após nosso profeta, as comunidades, ao lerem 1,2-9, se viram inspiradas a adicionar promessas.
 É evidente que nem tudo que está no livro de Oséias provém diretamente deste profeta ou é fruto direto de suas palavras e ações. Certamente existiram acréscimos, pois a palavra do profeta permaneceu viva na comunidade. Foi lida, vivida, re-interpretada. Por conseguinte, no decorrer dos séculos de uso, houve adições.
 Contudo, nossos v.1-3 seriam alguma adição posterior? Os argumentos apresentados são frágeis, porque a linguagem destes versículos é, antes de tudo, oseiânica. Não temos esta terminologia em outros profetas. Ela se casa precisamente com o que conhecemos deste profeta do 8º século.
 Mas, a razão mais de fundo para não querer atribuir 2,1-3 a Oséias talvez nem sejam argumentos específicos, por exemplo de uso do vocabulário. A questão é que tende-se a não ver nos profetas pessoas que investiram sua vida e suas palavras em projetos concretos. Tende-se a reduzi-los a críticos da sociedade, a arautas de ameaças aos pecadores. Por certo, isso eles também são. Mas, a profecia é igualmente formuladora de utopia, de esperanças, de projetos concretos, sempre a partir das experiências dos pobres.
 Ora, nossos versículos são um exemplo desta utopia concreta a partir das dores dos e das pobres. Têm horizontes.
 Poesia em três etapas
 Temos poesia diante de nós. A característica da poesia hebraica é a repetição de frases. E é o que temos aqui.
 Mas não há um exagero na arte poética. Não chega a haver um último esmero que fosse aos detalhes. Se bem que não parece que Oséias tivesse tido aquele primor de Isaías em sua linguagem poética, nossos versículos são uma peça de arte, sem dúvida.
 Há uma seqüência quase que lógica na poesia. Cada versículo tem seu conteúdo próprio e concatena com o que lhe segue. Os conteúdos da promessa se desdobram em três etapas, como logo veremos. Mas, antes de ir a estes conteúdos, vejamos a tradução:
   1E será o número dos filhos de Israel como a areia do mar que não se pode medir e nem contar.
  E será no lugar,onde se lhes dizia: “Não sois meu povo”, se lhes dirá: “Filhos do Deus Vivo”.
   2E se reunirão os filhos de Judá e os filhos de Israel, em e construirão para si um só cabeça, conjunto, e levantarão da terra,
                          pois o dia de Jezreel será grande.
   3Dizei a vossos irmãos: “Meu Povo”, e para vossas irmãs: “Amada”.
 “Como areia...”
 Tudo está voltado aos “filhos” e às “filhas”. Esta palavra se repete quatro vezes. E outros termos estão próximos a “filhos”/”filhas”, como é o caso de “irmãos” e “irmãs” no v.3.
 Aqui não se trata de estado, de templo, a rigor nem mesmo de  tribos. O que era importante em 1,2-9, aqui não significa nada. Afinal, já haviam sido dedicados à ruína, estes reis e exércitos.
 Estes “filhos” e estas “filhas” serão como areia do mar. Essa é sua força, o de serem multidões.
 Assim são os pobres, os marginalizados. São multidões, qual areia do mar. Para o estado isso é um problema, porque cria insatisfações. Para o templo é um problema, por isso ele de saída já vai excluindo crianças e mulheres, para que as multidões sejam menos. Não estão aí para “filhas” e “filhos”, mas para si mesmos, estes estados e templos. Por isso, nada de multidões. Só atrapalham.
 As multidões são tanto mais fortes quanto menos se possa medi-las ou contá-las. Aliás, a boa tradição bíblica assinala que não se deve contar as pessoas. Quando Davi se pôs a contá-las, a recenseá-las, houve problemas e até pestes.
 Povo medido e contadinho é povo dominado. Pois esta é a função deste recensear: saber quanto tributo se pode exigir de uma aldeia, de uma tribo, de uma região. Contar é dominar e explorar.
 Estes incontáveis é que são “filhos do Deus Vivo”. Submetido ao exército, ao estado (1,3-5) e à religião (1,8-9), o povo sucumbe. Passa a ser contado, usado para manter vivas as instituições. Torna-se aí “Não-Meu-Povo”. Mas, como filhas e filhos, em multidões, são filhas e filhos do “Deus Vivo”.
 O “Deus Vivo” vive, atua, se manifesta através de suas filhas e de seus filhos vivos, presentes aos milhares, qual areia do mar.
 Esta expressão, “Deus Vivo”, merece uma atenção especial, neste contexto.
 “Deus Vivo”
 Estamos aqui diante de uma formulação de Oséias. Ele é quem nos ensina a testemunhar deste “Deus Vivo”. É um jeito todo oseiânico de fazer teologia, testemunho de Deus.
 “Deus Vivo” é uma contraposição à morte e prostituição, embutidos no sistema de dominação. A religião, à qual o profeta se opõe, está possuída pela “prostituição” (1,2). E a dominação política, da qual afirma estar dominada por corruptos, está manchada de “sangues”, de assassinatos e massacres (1,4). Sua religião conduz à morte, ao contrário, o “Deus Vivo”, conduz à vida.
 Mas, penso que ainda há outro aspecto que leva Oséias a escolher esta terminologia tão peculiar para referir-se ao sagrado, chamando-o de “Deus Vivo”. Ora, em 1,9 o texto acabara de negar a teologia javista oficial: “vós não sois meu povo, e eu não serei/estarei para vós”.
 Ora, esta expressão “serei/estarei” alude claramente ao nome Javé. No hebraico, “serei” é jihjeh, e o termo para Deus é jahveh. Isso significa: Javé/jahveh deixou de existir para esta nação opressora. É que Javé/jahveh estava sendo usurpado pela monarquia opressora e os templos espoliadores. Tornava-se uma teologia pouco apropriada para afirmar esperança, solidariedade, enfim vida. Assim, nosso texto recorre a um novo termo. Oséias o cria para poder expressar sua esperança na vida: “Deus Vivo”!
 Neste caso, “Deus” é ‘el, um termo usual no antigo oriente para referir-se à divindade! Portanto, para poder afirmar, de modo qualificado, a experiência com Deus, com a vida que renasce, Oséias recorre ao termo mais usual, popular ‘el, aquele com o qual as pessoas também se referiam aos deuses estrangeiros, afinal havia sido gasto e desacreditado pelo uso que dele iam fazendo os senhores reis em suas explorações e idolatrias.
 Sim, para fazer teologia é preciso mesmo ser ecumênico.
 A divindade que resulta em vida e não em morte é precisamente o ‘el da vida! Javé mesclado a explorações já não é Deus de Vida.
 Este “Deus vivo” se faz presente nas vidas e lutas de suas filhas e de seus filhos, fortes e vivos por serem sem conta.
 Congregar é preciso!
 Muita gente, em certos momentos, pode representar muita força, se estiver `congregada’. Eis a questão.
 A gente percebe, pois, que o v.1 tem no v.2 uma progressão. O v.1 enaltecia a multidão incontável como a força e a capacidade de resistência dos pobres, das filhas e dos filhos. O v.2 dá um passo a frente: Para que esta força seja eficiente, será necessário reunir e congregar.
 As pessoas que se reúnem são chamadas de “filhos” (e filhas). E ainda são qualificadas como sendo de “Judá” e de “Israel”. São, pois, as pessoas que vivem no espaço das duas configurações de estado: Judá e Israel. Mas não são estes estados! Aqui não é anunciada uma re-unificação dos estados do norte e do sul. Tão somente as pessoas que vivem no espaço destes dois estados se agrupam, se congregam.
 Estas pessoas se congregam, obviamente, dentro daquelas estruturas que lhes são habituais em sua vida diária: família, clã, tribo. Neste sentido, pode-se dizer que as organizações clânicas e tribais, e não as de estado, facilitam o encontro de pessoas.
 Sobre o que realmente devemos pensar em instâncias clânico-tribais também se percebe no que segue, principalmente no final do texto, v.3. Situemos este versículo neste nosso contexto.
 “Irmãos - “Irmãs”
 Este versículo final tem a clara função de concluir o texto maior que iniciara em 1,2-9. Lá se anunciara para a “casa de Israel” de que já não era mais “Meu-povo” e “Amada”. Agora, no âmbito da esperança dos filhos, isto já está superado. Filhas e filhos são “Meu-povo” e “Amada”. Os pobres são o povo de Deus. As multidões são amadas por Javé. Filhas e filhos congregados, reunidos, organizados o são.
 Mas, este último versículo também tem outro aspecto interessante, que justamente aponta para o âmbito familial e tribal. Pois, neste v.3 temos saudações. A ordem “dizei” estaria dirigida a quem? Possivelmente aos mesmos e às mesmas que são designados de “Meu-Povo” e “Amada”. Trata-se, pois, de saudações intra-comunitárias. Na comunidade, na família congregada uns saúdam a outros, umas a outras com a alegre constatação de que, como irmãs e irmãos, como filhas e filhos, são “Meu-Povo”, “Amada”.
 As promessas de Oséias vem, pois, carregadas de sentido tribal, de concretude comunitária e familiar. Comemoram, em esperança, o espaço de filhas e filhos, após o débâcle do estado.
 Esta mesma perspectiva clânico-tribal se percebe na promessa sobre a liderança.
 “Um só cabeça”
 Atenção! A promessa é de um só “cabeça”, não se fala em chefe e nem em rei. E cabeça é o termo para designar, aqui, a liderança tribal.
 Estamos em Israel, no norte. Suas tribos têm marcante tradição de lideranças tribais, como o foram Débora e Gideão. Sim, o próprio livro dos Juízes corresponde basicamente a tradições israelitas. Oséias, enraizado nas tradições nortistas, anuncia, em substituição ao reinado, em ruínas desde 1,3-4, a liderança tribal, o “cabeça”.
 Também é importante manter na tradução o termo “cabeça”, pois em diferença a chefe, ou rei, ou líder, o “cabeça” é parte do corpo, do povo todo, e existe em relação a ele.
 Povo incontável e incontrolável, congregado em clãs e tribos, com liderança popular - isso sim, resultará no passo decisivo, qual seja:
 Libertação da terra
 A frase em questão (“subir [=se levantar] da terra”) não é fácil de interpretar. Existem várias possibilidades.
 Contudo, ela reaparece exatamente assim em Êxodo 1,10: o faraó argumenta em favor da repressão contra os hebreus, porque estes são numerosos e, no caso de um conflito interno, poderiam aliar-se aos inimigos do faraó, para “subir da terra”.
 Nosso trecho situa-se num ambiente semelhante. As terras de Israel, pelo menos as do norte, estão em poder dos assírios. (2,1-3 seria após 732 a.C., mas anterior a 722 a.C.). Nesta situação, a frase de Oséias significa: iremos retomar nossas terras, agora em mãos assírias. Para retomar nossas terra, não devemos confiar no estado e em seu “arco”/exército (1,3-5), mas justamente nas forças populares clânicas e tribais. Elas sim, têm capacidade para libertar a terra.
 “Subir da terra” assemelha-se a um novo êxodo, agora ocorrido na Palestina, contra os reis nacionais e contra os assírios vencedores. As forças para alcançá-los são as multidões congregadas em clãs e tribos, como irmãs e irmãos.
 E este é o “grande dia”!
 “Jezreel!”
 “O dia de Jezreel será grande” - é um resumo das esperanças. Acontece que o termo Jezreel tem múltiplos sentidos.
 Jezreel é o símbolo de uma rebelião popular. Seguidamente tem a ver com rebeldia. Jeú fora ungido por círculos proféticos e, em Jezreel, se vingara da casa de Acabe que havia massacrado ao lavrador Nabote e perseguido duramente aos profetas (2 Reis 9-10). Fora um levante popular, uma rebeldia contra reis injustos. Em 1,3-4, nosso Oséias critica essa ação de Jeú, porque resultara em outra dinastia injusta, a que estava no poder nos dias do profeta, através do rei Jeroboão II. Ainda assim, os círculos profético-levíticos tinham uma boa lembrança a rebeldia popular anti-monárquica que eclodira em Jezreel. E agora, Jezreel, outra vez, assume seu sentido positivo, como local a partir do qual se `sobe à terra’.
 E este Jezreel é símbolo de terra que dá planta e a dá em abundância. Este é o próprio sentido da palavra: “Deus semeia”, Deus faz crescer as plantas e dá alimento. Onde há “Jezreel”, há muita comida!
 Por isso, o `dia será grande’. Haverá muita festa. Celebra-se o povo congregado, celebra-se o “cabeça” e comemora-se a terra liberta. Por tudo isso, “o dia de Jezreel será grande”.
 Vivemos nesta promessa do ‘grande dia’! “Irá chegar um novo.”
 
Estudo 3 - Fidelidade espiritual
de Fábio Gomes Ferreira
Campinas SP
Fidelidade é, entre outras coisas, fazer com que algo seja exatamente igual ao seu original. Quando navegamos pela Internet acontecem alguns "truques" da informática que são desconhecidos da maioria: a medida em que avançamos pelas diversas páginas são disparados métodos de verificações que garantem que estamos recebendo informações corretas. Quando acessamos uma página, como, por exemplo, a de uma agência de notícias on-line, nosso computador verifica se a versão da página que está em nosso micro corresponde àquela existente na Internet. Caso seja diferente, o programa se encarrega de atualizar a página em nosso computador para que tenhamos uma cópia fiel da mais recentemente publicada. A Internet não teria valor algum para seus usuários se as informações recebidas fossem desatualizadas.
Nosso Deus separou um povo para que fosse fiel a seus mandamentos: um povo escolhido dentre muitos outros para Lhe servir e prestar culto. Entretanto, segundo o livro do profeta Oséias, o povo se desviou adorando a Baal e outros deuses pagãos. Eles se esqueceram da aliança com Deus e de tudo o que Ele havia feito pôr eles desde o Egito (Oséias 11.1). Israel deixava aos poucos de ser fiel e a buscar unicamente ao Deus único. O Senhor chama a Oséias para que se levante no meio do povo e tome uma prostituta e tenha filhos com ela para ilustrar a prostituição do povo de Israel para com Deus.
Por meio de Oséias o Senhor mostra todo o seu desapontamento por ter um povo inconstante em seus caminhos, povo que não foi fiel ao estado original em que Deus os preparara. Interessante é que israelitas acreditavam estar sendo fiéis a Deus; inclusive nos sacrifícios e holocaustos invocavam o nome de Deus achando ter conhecimento de Sua vontade (Oséias 8.2). O Senhor desabafando sua indignação diz ao povo: "Pois misericórdia quero, e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos" (Oséias 6.6). Cristo mais de uma vez usou essas palavras para repreender aos fariseus (Mateus 9.13;12.7).
E nós? Somos fiéis a Deus? Somos cópia exata dele? Os caminhos da fidelidade a Deus consistem em conhecer a Deus e exercer sua misericórdia. A história de Oséias ilustra a fidelidade de Deus que, mesmo tendo um povo adúltero, procura a reconciliação. Não dá para ler o último capítulo de Oséias e não se arrepiar com o caráter de nosso Deus! Apesar de nossos erros, Deus está pronto a aceitar aqueles que se apresentam a ele dispostos a prestar-lhe sacrifícios que vêem de lábios arrependidos (Oséias 14.2).
Segundo o apóstolo Pedro, nós hoje somos o "povo de propriedade exclusiva de Deus" (1Pedro 2.9). Deus não está em acordo com ninguém para nos repartir ou nos alugar. Somos exclusivamente dele.
Por várias vezes Deus apresenta o caminho da fidelidade a ele no livro de Oséias: misericórdia e conhecimento de Deus, cabendo somente a nós verificarmos se nossas vidas têm sido vidas plenas em misericórdia e sedentas pelo conhecimento divino.
Responda sendo sincero consigo mesmo: Qual tem sido sua disposição para com seu próximo? Você tem mais mágoas e rancores do que perdão e interesse genuíno pelas pessoas em seu coração? Como você tem gasto seu tempo com Deus? Você acha que já fez o suficiente por comparecer ao culto dominical? Ser fiel a Deus é ter disposição permanente, trabalho árduo, constante e até a morte: "Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida" (Apocalipse 2.10).
Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Misericórdia e conhecimento de Deus são atributos importantes para sermos cópias fieis daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz! Mas somos tão pecadores, tão falhos e limitados! Deus, conhecendo nossas limitações e conhecendo o íntimo de nosso corações, sabe que podemos fazer mais se assim nos dispusermos por inteiro a ele.
Se você não tem sido fiel a Deus, o tempo é agora. Apresente-se a Deus sem querer oferecer qualquer tipo de oferta ou sacrifício, senão somente o de se dispor a buscar conhecê-lo e aplicar a sua misericórdia por aqueles que o cercam. Peça perdão a Deus, converta-se a ele de todo o coração, jejue, chore, rasgue seu coração e converta-se ao Senhor Deus (Joel 2.12-13).
Estudo 3- SÍNTESE - Oséias
O livro de Oséias apresenta-nos a intensa rogativa de um gigante espiritual, profundamente consagrado à tarefa de salvar a nação pecadora. Com autêntica solicitude, o pregador busca, repetidamente, conseguir a convicção e o arrependimento do povo a fim de que os escolhidos de Deus se sintam obrigados a voltar ao lar e ali achar o amor, o perdão e a cura. Com fidelidade, Oséias mostra graficamente os aspectos essenciais da verdadeira religião. Carregando nas tintas, lida com o pecado e seus resultados trágicos na vida humana, fala do juízo destrutivo e do inesgotável amor com seus tesouros indizíveis para o homem e para a mulher, trata da verdadeira natureza do arrependimento, da salvação certa que será proporcionada e do pleno perdão de Deus a todos quantos se arrependerem autenticamente com sincera fé. O veemente evangelista conhece seu povo. Sabe que é derramar lágrimas abundantes enquanto sua esposa infiel chafurda cada vez mais no pecado. Conhece a pronfundidade do amor e a boa vontade de amar sinceramente, de perdoar, de dar as boas-vindas e de restaurar. Tem consciência da sagrada pronfundidade do amor no coração de Deus. Dia após dia lança seu desafio pessoal, penetrante e poderoso aos recalcitrantes pecadores que devem voltar para Deus. Mediante a pregação deste profeta, Deus convida seu povo errante a regressar. Oferece-lhe misericórdia e perdão, a graça é abundante, a salvação os espera. É assombroso encontrar neste século do Antigo Testamento tanta mensagem do Novo e descobrir o apelo fundamental do verdadeiro evangelista. Todas as notas estão ali. Toda esfera é descoberta. Faz-se todo tipo de apelo. É a forma como Deus se manifesta.
 
Estudo 4 - Evangelista
Kyle M. Yares
 
O autor do livro é Oséias, filho de Beeri, de Israel. Profundamente influenciado pelo profeta Amós, tragicamente ferido pela terrível infidelidade de sua esposa Gomer, agudamente cônscio dos terríveis pecados de seu próprio povo, sensível à voz de Deus dirigida a um povo pecador, o profeta roga intensamente enquanto procura fazer que o povo infiel volte para seu Deus. É o evangelista divinamente escolhido para persuadir os pecadores empedernidos a que se voltem para um Deus cheio de amor, que está ansioso por perdoar-lhes e salvá-los. O ministério de Oséias estendeu-se por vários anos depois do ano de 756 a.C.

Fonte: A Paz do Senhor